quinta-feira, novembro 30, 2006

E se fosse verdade....


Nesta terça-feira recebi um e-mail de um site, supostamente, de uma grande empresa de loterias internacionais. O texto do e-mail me informava que eu havia ganhado a quantia de 850 mil euros. No início não quis acreditar, mas depois a minha racionalidade deu lugar ao meu grande sonho. Pensei imediatamente em o que fazer com tanto dinheiro. Comprar um apartamento, pagar as contas pendentes (dando alegria aos meus credores), fazer uma lipo, estudar idiomas, garantir uma aposentadoria precoce. Ir para a Inglaterra atrás da minha outra parte. Mas à medida que eu pensava em todas as benfeitorias futuramente feitas por mim e para mim, sentia uma sensação de incomodo. Por quê? Talvez porque esse dinheiro representasse a realização de meus sonhos. Mas será que eu realmente deixei de realizar algum sonho por falta de dinheiro ou a falta de dinheiro funcionava apenas como uma justificativa para não seguir meus sonhos. Pensei em algo que eu nunca fui e algo que nunca fiz. Deveria se realmente quisesse algo, me planejar. Este planejamento talvez me levasse a realização dos meus sonhos, mas aqui entra uma questão, que acredito ser inerente a raça humana. Às vezes é mais fácil sonhar do que implementar os nossos sonhos. Às vezes é mais fácil ficar subordinada aquela velha frase – há, se eu tivesse dinheiro faria isso, ou faria aquilo? Será. Após sonhar e consequentemente me assustar com a possibilidade de realização dos meus sonhos, resolvi fazer uma pesquisa na internet e constatei como muitas outras pessoas, que era apenas mais uma fraude. Mas eu fico pensando, e se fosse verdade........

terça-feira, novembro 28, 2006


ORKUT- Comunicação é poder ou comunicação e poder?

Estava lendo alguns tópicos da comunidade PT oficial. Entre estes tópicos lí sobre patrocinadores que teriam privado a veja de bons patrocínios e principalmente o colunista Diego mainardi e o próximo alvo seria o programa de Ana Maria Braga. Como foi que a comunidade conseguiu isso? Indo diretamente atrás dos patrocinadores e deixando explicíto que inúmeras pessoas deixariam de comprar seus produtos ou foram próprios patrocinadores que após a inundação de e-mails tiveram o desprendimento de não patrocinar mais a Veja e Diego Mainardi? Seja qual for a realidade das razões expostas aqui(ou outras que não me ocorre no momento), uma coisa é certa. A força da comunicação tem poder. Costumavámos observar o poder atuante da comunicação sobre a opinião pública através dos veículos de comunicação, hoje estamos nos deparando com a força da comunicação sobre quem patrocina os veículos que costumam influênciar a opinião pública. Esse episódio merece e deve ser analizado. Estamos entrando e presenciando uma nova face da utilização do poder através da comunicação.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Para começar bem a semana - tenhamos um momento de reflexão.

Somos seus heróis

Jim Willis

Se você se preocupa em não ter feito diferença, já fez, pois só aqueles que não têm essa preocupação não fazem diferença. Se você se sente sobrecarregado, se o peso dos problemas é demais para suportar, lembre-se de que o fardo deve ser dividido e a força da união pode trazer muitas conquistas.
Se acha que a sociedade e o governo estão cegos, isso é apenas um lembrete de que precisamos mudar uma cabeça por vez, uma lei após a outra. Só com cooperação, e não isolamento, conseguimos mudanças.
Se pensa que não podemos salvar todos, e que diferença alguém pode fazer?, precisa conhecer a alegria daquele que é salvo. Lamente pelos que não podemos salvar, em louvor à sua existência. Não deixe que sua perda seja em vão.
Seja bom consigo mesmo, lembre-se de suas necessidades e as de sua família e amigos de todas as espécies. Se tudo der, o que sobrará para si mesmo, ou para eles?
Lute para ser feliz e saudável. Você é necessário. Alcançar equilíbrio na vida é uma luta eterna. Nós que ajudamos aqueles que não têm tudo de que precisam devemos estar entre os mais gratos pelo que têm.
Tenha orgulho de suas conquistas, não de suas opiniões. A qualidade do seu empenho é mais importante que a quantidade. Perdoe seus próprios defeitos - às vezes importar-se é suficiente. Todos podem fazer alguma coisa, só cabe a você fazer aquilo que pode. Uma palavra de carinho e um toque suave podem mudar uma vida.
Se a raiva cresce em você, porque as pessoas são o problema, lembre-se de sua humanidade e de que as pessoas são também a solução. Concentre-se em necessidades específicas, preste atenção nos indivíduoseles formam o todo. Enxergue além do que não pode ser amado, do que não é atraente, do impuro e do ferido veja que essas almas merecem tanto quanto qualquer outra. Ajude-as a se curar. Os olhos são as janelas dessas almas e espelhos da nossa sinceridade.
Todas as espécies, todos os seres compartilham a Terra em uma corrente de vida. Preocupe-se mais com o que nos faz semelhantes do que com o que nos separa. Políticas, leis e regulamentos não são infalíveis. Aplique-as com ponderação, interprete-as com sabedoria. Nenhuma decisão baseada somente em dinheiro pode ser a certa. Ouça o coração. Às vezes, temos de fazer aquilo de que mais temos medo.
Seja sincero consigo mesmo e com suas crenças. Familiares podem abandoná-lo, amigos podem desapontá-lo, estranhos vão ridicularizá-lo. As pessoas se afastam do que não entendem. Ajude-as a entender - bondosa, suave e delicadamente.
Aqueles que não respeitam toda forma de vida são dignos de pena. Muitas vezes, o malfeitor precisa tanto de ajuda quanto suas vítimas. Perdoe, e então ensine dando exemplo. Eduque a si mesmo ou não pode esperar ensinar outros. Nenhuma ação baseada em ódio pode estar certa e a raiva sufoca a sabedoria.
A sua pode ser uma voz que clama no deserto, faça dela uma voz a ser respeitada. Ouça mais do que fala, seja cortês e confiável. Aprenda a pedir ajuda. Nunca abra mão da verdade. Saiba que é preciso ser muito forte para chorar E que aprendemos com cada derrota.
Toda Criação celebra aquilo que mais lhe convém. As Crianças são nossa esperança - cuide delas. A Natureza é nosso legado - proteja-a. Os Animais são nossos irmãos - aprenda com eles.
As recompensas não serão materiais, mas serão significativas, e a coragem das convicções pode sobreviver a tudo. Somos barquinhos à deriva em um mar bravio, mas algum dia a maré vai nos levar a um porto seguro. Não importa quão negras as nuvens, ou profunda a dor do coração partido - nunca esqueça: Somos seus heróis.

Copyright 2001 by Jim Willis. Todos os direitos reservados. Tradução: Daniela Travaglini

sábado, novembro 25, 2006

Mil maneiras de perder o homem errado e uma maneira de achar o homem certo.

Estava pensando no grande desejo de toda mulher em achar o homem da sua vida. Um homem perfeito de acordo com o perfil dessa mulher. Algumas resolvem apostar nessa busca como o objetivo de suas vidas. Dessa forma tornam-se verdadeiras experts em relacionamentos. Ao conhecerem o futuro candidato, elas conseguem avaliar o caráter desse futuro eleito imediatamente. Se for um homem esportivo, elas começam a se dedicar aos esportes, se é um homem caseiro, elas começam a buscar conhecimentos sobre a arte do lar. Enfim em qualquer situação existe a possibilidade dessa mulher se enquadrar ao perfil desejado desse homem em questão no momento. Eu, certa vez me apaixonei por um rapaz que era desportista. Adorava montanhas, natureza, ciclismo. E em um mês muito quente, fomos acampar em um cânion e para chegar até lá caminhei 15 kilometros – quase morri. ( Somente para esclarecimentos, sou apaixonada pelo mar, porém sou completamente urbana. Adoro ver o dia raiar não por acordar cedo mas sim por ainda não ter ido dormir). A maioria dessas mulheres que tentam adaptar seu próprio perfil ao homem desejado vê depois de algum tempo seus relacionamentos naufragados. Choram, lamentam, entram em depressão. – O que eu fiz de errado. Eu fui companheira, amante, amiga. Porque não deu certo. Simples, ao invés de pensar em si mesmo como um ser humano que merece ser feliz e ter a vida compartilhada, que era o que realmente queria. Tentando agradar o outro, ela se desagradou e o “outro” percebeu. Todo relacionamento tem que ser compartilhado – se o outro tem uma visão de mundo que difere da companheira, ela ou ela não precisam abandonar sua visão pessoal, mas sim ampliar e perceber também a forma como o “outro” vê o mundo. Nós vivemos num mundo material e isso vale também para as relações afetivas – não é a toa que as cirurgias plásticas estão tanto em alta. (não que eu também não queira fazer). Porém invertemos a forma como avaliamos essa relação, é uma relação que deve vir do coração e não da razão. Jamais poderemos tentar um relacionamento com base no que dizem nossas amigas, nossa família, nossos amigos, nossas revistas, nossa TV, nosso saldo bancário. Nós temos que ter uma relação com base no coração, na nossa intuição. Acredito que ninguém deveria mudar a sua concepção interior por um relacionamento. Eu diria que as mulheres e homens seriam mais felizes sendo verdadeiros. A pessoa certa será aquela que poderá perceber que debaixo de todo verniz conjuntural, esta uma pessoa que é capaz de amar, ampla e profundamente.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Um breve momento de espiritualidade para iniciar bem essa quinta-feira.


Prece Árabe

Deus, não consintas que eu seja
o carrasco que sangra as ovelhas,
nem uma ovelha nas mãos dos algozes.

Ajuda-me a dizer sempre a verdade
na presença dos fortes, e jamais dizer mentiras
para ganhar os aplausos dos fracos.

Meu Deus! Se me deres a fortuna,
não me tires a felicidade;
se me deres a força, não me tires a sensatez;
se me for dado prosperar,
não permita que eu perca a modéstia,
conservando apenas a alegria da dignidade.

Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas,
para não enxergar a traição dos adversários,
nem acusá-los com maior severidade do que
a mim mesmo.

Não me deixes ser atingido pela ilusão da
glória, quando bem sucedido e nem desesperado
quando sentir insucesso.

Lembra-me que a experiência de um fracasso
poderá proporcionar um progresso maior.

Ó Deus! Faze-me sentir que o perdão é maior
índice da força, e que a vingança é prova de
fraqueza.

Se me tirares a fortuna, deixa-me a esperança.
se me faltar a beleza da saúde, conforta-me
com a graça da fé.

E quando me ferir a ingratidão e a
incompreensão dos meus semelhantes, cria em
minha alma a força da desculpa e do perdão.

E finalmente Senhor, se eu Te esquecer,
Te rogo mesmo assim,
nunca Te esqueças de mim!

(Traduzido do Árabe por Seme Draibe)

sexta-feira, novembro 17, 2006


Strip tease


Existem muitas coisas, fatos e situações consideradas, ao longo do percurso de uma vida, como sendo realmente difíceis de serem enfrentadas. Entre todas as situações que mais geram dificuldades estão às relações humanas, sejam relações de trabalho, relações familiares e relações amorosas. São as amorosas, no meu ponto de vista, o lugar onde residam os maiores questionamentos enfrentadas pelo ser humano. A visão que desejo apresentar é a visão feminina, até pela minha própria condição de mulher. Eu observo como as mulheres costumam realizar uma forma de strip tease quando buscam novas relações. Elas se aproximam, algumas vezes fazendo verdadeiras loucuras, do homem que desejam das mais variadas formas. Mesmo que algumas mulheres já tenham tido vários relacionamento, quando se apaixonam voltam a ser “virgem”. Esquecem os relacionamentos que não deram certo, ficam esperançosas pelo novo. Essas mulheres algumas vezes foram muito magoadas, porém quando se evidenciam uma nova relação, elas simplesmente renascem. Talvez a lenda da Fênix devesse ser aplicada à mulher que esta encontrando uma nova paixão. Eu penso nas qualidades femininas e observo o quanto às mulheres se tornam belas quando o amor entra em suas vidas. Não importa se elas são gordas, magras, altas, baixas, morenas, negras, loiras e por ai afora. Não importa que tipo de físico elas tenham, elas simplesmente são tocadas pela mão de uma Deusa e renascem. Eu penso mais, penso que um homem que consiga deixar uma mulher linda é um verdadeiro homem, e será mais verdadeiro ainda se perceber a beleza dessa mulher. A mulher apaixonada realiza o tipo mais difícil e verdadeiro de strip tease – ela se desnuda da possibilidade de fracasso, ela esquece dos relacionamentos antigos, ela se abre para uma nova vida. Eu acredito que nós, mulheres não tenhamos a compreensão do quanto podemos ser belas e acredito também que não tenhamos a noção das inúmeras vezes que tenhamos feito um strip tease sem medo e nem pudor de nos mostrarmos como realmente somos....

quinta-feira, novembro 09, 2006

A Descoberta do Novo – Uma bela reflexão de Artur da Távola.


“Para ficar com a própria verdade talvez seja necessário perder um amor que não corresponda à verdade profunda do ser.
Só quem é capaz de enfrentar a solidão adquire a coragem do ser. Se é possível enfrentar a solidão(ainda que como uma indesejável companheira), então adquire-se o direito de ser. Ser é adequar a vida às próprias características. Adequar a vida às próprias características é libertar-se através da verdade interior. Libertar-se através da verdade interior é alcançar a coragem de ser.
As vezes precisamos de um abalo violento para perceber a existência, em nós, de partes adormecidas ou amortecidas por uma situação dolorosa ou depressiva; ou por hábitos e repetições de uma vida inteira.
O Novo emerge de dentro das dores e instantes de felicidade vêm morar com a depressão, como os brotos verdes visíveis nos campos e morros incendiados em seguida à queimada, proclamando vida, e existência de renovação, eternamente. Sentimentos e impulsos não dependem dos freios que as regras, leis, a conveniência lhes colocam. Podemos e devemos, até, aceitar tais freios, como normas de conduta equilibradora. O que não podemos é negar a existência de tais sentimentos e impulsos como próprios do ser humano e repletos de um valor específico que corre paralelo aos valores anteriormente aceitos por nós.
A vida não pára. O novo se impõe, inelutavelmente. Quando estamos doentes de depressão (ou de repetição) emitimos vibrações negativas e antigas diante de situações sempre novas. Aplicamos fórmulas e sentimentos já conhecidos ao que deveria ser aceito como surpresa, acaso, renovação permanente. Se soubermos perceber a dosagem exata de renovação e surpresa necessárias à adubagem de nossas repetições, ecos e velharias, então saberemos viver: então venceremos as depressões. Novo demais embriaga. Novo de menos esclerosa. O novo é inevitável: nós é que não percebemos.
Temos instâncias guardadas e dormentes, que independem dos sentimentos dominantes no momento. Se algum forte abalo, algum acordar repentino (e até meio violento) movimenta essas instâncias, ai descobrimos a nossa infinita possibilidade de riqueza, sempre guardada, indescoberta e subdesenvolvida em função de nossa tendência de só querer viver e amar como o que já somos e já sabemos.”
Um estudo de caso

Grande reportagem na Folha de S.Paulo da última quarta-feira (1) abriu com a revelação de que, “dois dias após a reeleição” de Lula, o PT divulgou “discretamente” no seu site o programa do presidente para “democratizar os meios de comunicação”(1). Já começou com duas mentirinhas. O programa estava no site do PT desde o sábado, véspera da eleição. E com grande destaque. Por que essas duas mentirinhas? E por que abrir a reportagem com informações que, mesmo verdadeiras, seriam acessórias? Posso aventar duas hipóteses. Primeiro, para reapresentar, como se fosse novidade, algo já noticiado. O mesmo repórter deu essa mesma “notícia” dois meses antes. Segundo, para passar a idéia de que o PT sonegou do eleitor uma informação que era essencial para ele decidir o voto, só a revelando depois da reeleição. Uma espécie de estelionato eleitoral. Quase em seguida, outra mentirinha. A reportagem diz que ficou de fora da versão final do programa a exigência para que outorgas e renovações de concessões de rádio e televisão passem pelo crivo de ´conselhos populares´, expressão colocada entre aspas para que não fique nenhuma dúvida. Mas o programa do PT nunca usou essa expressão, nem mesmo no texto prévio submetido à aprovação política do comitê de campanha. Foi o jornalista quem a inventou, na sua primeira reportagem em agosto.Mais adiante, uma série de pequenas supressões altera o sentido da proposta do PT de apoio à imprensa escrita independente.O programa propõe “incentivos legais e econômicos visando ao barateamento dos custos de produção e distribuição, que permitiriam a diminuição do preço de venda, para aumentar o número de leitores no país”. O repórter omitiu a expressão “valorização da mídia impressa” do início da frase, omitiu os mecanismos propostos (barateamento de custos e de distribuição) e o objetivo geral de “aumentar o número de leitores”. E ainda acrescentou que esses jornais e revistas teriam apoio de bancos públicos e agências de fomento, proposta que está em outro lugar, bem diferente do programa, quando se discute a necessidade de dar prioridade na economia brasileira à indústria de produção de bens simbólicos, apenas reforçando o que já é uma postura desses bancos de dessas agências de fomento de priorizar a produção regional e a democratização desde muito antes do governo Lula (2). O resultado desse conjunto de pequenas omissões e deslocamentos foi inverter o sentido de que se trata de uma política pública de aplicação universal e com o objetivo democratizante para o seu oposto: de que o PT pretende usar bancos públicos para favorecer certos jornais e revistas. A diferença fica clara neste parágrafo da proposta, que o repórter também omitiu: “ As iniciativas aqui propostas podem ser aplicadas para os meios privados, públicos e estatais, sempre tomando como diretriz norteadora que o surgimento do maior número possível de produtores deve atender à democratização do acesso da sociedade aos meios de comunicação”.Pequenos erros e omissões fazem parte de toda narrativa jornalística. São inerentes ao ato de informar rapidamente. Se forem erros graves, devem ser corrigidos de imediato. Nesta história do programa setorial do PT de Comunicação e Democracia, o importante é o processo todo pelo qual uma proposta bastante ampla, detalhada, que tem o objetivo de descobrir caminhos democráticos de tornar mais plural e acessível a informação no Brasil, foi deformada pelos próprios jornalistas e tratada como uma proposta autoritária e tentativa de controle dos meios de comunicação.O primeiro ato desse processo que consegui localizar partiu da própria Folha em furo de reportagem em 28/08/06(3). A matéria teve enorme repercussão, sendo reproduzida em dezenas de sites que tratam de mídia. Tornou-se a referência desse tema na grande imprensa. Essa reportagem já fazia o deslocamento que associa estritamente à mídia impressa a proposta do PT de fomento por agências e bancos públicos ao conjunto da indústria de produção de bens simbólicos para a democratização e regionalização da produção (4). E mais: no último parágrafo, introduzia a palavra maldita que marcaria todo o tratamento da questão, inclusive por jornalistas ilustres e mais experientes, e que não constava da proposta: “A população terá ´participação´ no processo de renovação e outorga das concessões da rádio e TV por meio de conselhos populares.”Foi uma colagem de conceitos diferentes. O PT propõe um modelo de participação popular parecido ao SUS, com base em conferências municipais, estaduais e uma conferência nacional, como já está sendo feito pelo movimento ambientalista, entre outros. Dessas conferências nascem conselhos. Exatamente como ocorre no SUS, cujos conselhos participam na definição de políticas da saúde. Depois de propor as conferências, logo em seguida o texto fala: “Criação de mecanismos e espaços institucionais (como conselhos) para a participação popular na elaboração, acompanhamento e fiscalização de políticas públicas .” O repórter fez uma clonagem: juntou o “popular” de “participação popular” (título desse capítulo do Programa) com a palavra conselho (que está relacionada às conferências, podendo ser, portanto, conselhos municipais, estaduais, etc).No dia seguinte (5), um repórter do Estadão em Brasília foi atrás do prejuízo provocado pelo furo da Folha e cozinhou as mesmas informações, aproveitando para mais uma forçada de barra: o que na proposta original era “participação popular no processo de definição de políticas públicas” virou “conselhos populares com o poder de decidir sobre outorgas”. Ou seja, “participação” no processo virou “poder de decisão”. E também acrescentou outra mentirinha: “esse modelo foi pensado pelo então Secretário de Comunicação de governo, Luiz Gushiken, logo depois da posse, mas foi abandonado por Lula”. O que Gushiken propôs foi uma política pública vinculando programas de patrocínio de entidades do governo a compromissos de inclusão social. Essa proposta, como se sabe, gerou atritos como Ministério da Cultura e foi abandonada do ponto de vista formal, apesar de seus princípios estarem sendo cada vez mais adotados de modo voluntário por essas entidades e até pelo setor privado.Três dias depois, o tema foi abordado por outro jornalista do Estadão (6), que já começou forçando outra barra. Diz que o autor do programa é Fábio Koleski, “um dos principais assessores de Dulci, ministro que é o único sobrevivente do chamado núcleo duro”. Nem Koleski é um dos principais assessores de Dulci e nem Dulci tinha qualquer coisa a ver com a proposta. Koleski explicou que apenas sistematizou as propostas oriundas de grupos de trabalho do PT e que Dulci não tinha nada com isso. O jornalista simplesmente desclassificou suas explicações. Elas não se encaixavam em alguma teoria sua.Mas Fábio falava a pura verdade. Tanto a referência a Gushiken como esta ao Dulci eram incorretas. Por que foram inventadas? Talvez para forçar uma vinculação das propostas ao governo. Sei que foram inventadas porque eu fui o autor de parte das propostas e nem estava mais no governo; a responsabilidade política pelo grupo de trabalho para comunicação era de Valter Pomar, que não estava no governo; seu âmbito era o do comitê de campanha e não o governo; suas divergências eram entre diferentes tendências do partido e não entre grupos de governo. No mesmo dia, um importante colunista do Estadão (7), talvez sem saber que as informações distorciam fortemente os fatos, elogiou a reportagem de seu jornal no Observatório da Imprensa, ironicamente um espaço dedicado à crítica da mídia e sua auto-reflexão . Nesse processo, a expressão que nunca existiu – “conselhos populares” – ganha uma dimensão maior e vira “assembléias populares para revisão de concessões de rádio e TV”. É o PT propondo o regime dos soviets ou algo parecido.Moral da história. A proposta, que é bem abrangente e, em algumas áreas, bem detalhada, e em outras, trata de questões de grande atualidade, como a modelagem da TV digital, nunca foi publicada pela grande imprensa na íntegra, ou mesmo resumidamente. Apenas usaram alguns pedaços de frases, tirando-os do seu contexto. Eliminaram detalhes significativos, inventaram expressões que não existem. Com que propósito? Se fosse para debatê-la, criticá-la a sério, não seriam necessários esses truques. Desconfio que a proposta vai ter o mesmo tratamento dado pela grande imprensa à da criação do CFJ (Conselho Federal de Jornalismo) e da Ancinav (Agência Nacional do Audiovisual). Ou seja, será desqualificada a priori, para que seu mérito não seja discutido. E ainda dizem que é o PT que tem DNA autoritário. Pode ser que tenha, mas não é sua exclusividade.(1) A reportagem, de Fábio Zanini, ganhou título de página inteira: “Plano do PT quer ´desconcentrar ´a mídia”.(2) Tanto a União como Estados, municípios, grandes empresas e bancos estatais possuem há décadas leis de incentivo à produção independente de bens simbólicos.(3) Fabio Zanini. "PT propõe recadastramento de concessões da rádio e TV"- Folha On Line.(4) “...Quanto à mídia impressa. O governo definiria um plano de incentivos econômicos – com apoio inclusive de bancos públicos e agências de fomento...”(5) João Domingos. "Texto deve omitir `democratização da mídia'". O Estado de S.Paulo, 29/08/06.(6) Paulo Moreira Leite. "Texto sobre controle da mídia é criação de assessor de Dulci". O Estado de S. Paulo, 01/09/06.(7) Luiz Weiss. "De onde vem o plano do PT para a mídia". Observatório da Imprensa, Ano 11. 01/09/2006.

Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, é editor-associado da Carta Maior. É autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

terça-feira, novembro 07, 2006

A Comunicação e realidade


Penso nas várias forma em que a comunicação atua e influencia a vida de todas as pessoas. Somos bombardeados com milhões de informações diariamente e nem sabemos, se na verdade estas informações são corretas ou não. Nós não sabemos mas aqueles que detém o poder filtraram estas informações antes de jogá-las ao mundo. Penso também em como se originou esse processo de construção das nossas realidades. Só para exemplificar, algumas informações sobre alguns países, temos como certezas. Essas certezas se atraduzem na forma como avaliamos determinado país sem no entanto, na maioria das vezes nunca estarmos lá. Todo um processo de construção é realizado em torno do dia-a-dia. Pedrinho Guaresqui fala que hoje comunicação é o quarto pode, será. Eu continuo pensando, talvez quem sabe, o primeiro e o mais letal dos poderes.

domingo, novembro 05, 2006

NOTÍCIAS


Venezuela diz que Bush merece ser julgado por "genocídio"
Agência EFE

Caracas, 5 nov (EFE).- O Governo venezuelano disse hoje que o presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, "merece" ser julgado em um tribunal internacional por crimes "contra a humanidade e genocídio".O vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel, respondeu assim ao ser perguntado pelos jornalistas sobre a condenação à forca do ex-presidente do Iraque Saddam Hussein."Acabo de saber da notícia da condenação de Saddam Hussein. O que eu tenho a dizer a respeito é quando se instalará um tribunal para julgar George W. Bush", respondeu.O vice-presidente venezuelano argumentou que "relatórios de universidades americanas" indicam que Bush "é o causador da morte de 700 mil iraquianos e de 3 mil soldados americanos"."É o senhor Bush que merece um tribunal que o julgue por genocídio e por crimes contra a humanidade", opinou. EFE gf dgr
Morte ao Ditador.


Leio agora pela manhã que Visivelmente abalado, Saddam Hussein foi considerado culpado por crimes contra a humanidade neste domingo e condenado à forca, durante sessão de tribunal patrocinada pelos Estados Unidos em que o ex-ditador vinha sendo julgado há um ano. Isso me faz pensar em um livro que lí certa vez - O último caso do detetive Pairot de Agatha Christie. Nesse livro o detetive realiza o que chama de crime perfeito, justo ele que sempre combateu o crime. Ele termina com um homem que não mata diretamente as pessoas mas induz que outras pessoas o façam. Segundo o livro esse seria o assassino magistral. Ele não suja as mãos mas vê os seus crimes sendo realizados. Porque pensei nesse livro, talvez por associar a morte de Saddam com os Estados Unidos. Saddam é um ditador, sem dúvida. Merecia ser morto, não sei? cometeu crime? Foi provado que sim. Mas eu acredito que Saddam era um ditador honesto, se assumia enquanto ditador. De certa maneira sua postura o levará a morte. A Humanidade ficará livre de um ditador, talvez. Quantos mais serão sentenciados por crimes contra a humanidade. O presidente dos Estados Unidos tem levado a morte milhares de jovens americanos numa guerra estúpida e cruel. O primeiro ministro Tony Blair enquanto permanece confortavelmente sentado em sua poltrona, também milhares de jovens britânicos estão combatendo e morrendo. Duas grande potências. Dois senhores respeitáveis. Eu me pergunto se esses senhores conseguem ter um sonho tranqüilo. Influenciam o mundo da forma como eles querem, tentam acabar com culturas milenares, lançam o sonho americano e europeu para países emergentes. Tiram o que podem dessas nações. Os crimes que cometem também são contra a humanidade mas é ai? Assim como o detetive Pairot classifica - O presidente dos estados Unidos e o Primeiro ministro Tony Blair não matam mas mandam matar. São responsáveis por milhares de mortes. Um ditador assumido já esta partindo desse mundo, restam porém outros ditadores. Ditadores civilizados, educados mas nem por isso menos ditadores e assassinos do que Suddam Hussein.

sábado, novembro 04, 2006

Procura-se um AmigoProcura-se um amigo.Não precisa ser homem,basta ser humano,basta ter sentimento,basta ter coração.Precisa saber falar e calar,sobretudo saber ouviro que as palavras não dizem.Tem que gostar de poesia,de madrugada, de pássaros,das estrelas, do sol, da lua,do canto dos ventose das canções da brisa.Deve ter amor,um grande amor por alguém,ou então sentir falta de não ter esse amor.Deve amar o próximo e respeitar a dorque os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.Não é preciso que seja de primeira mão,nem é imprescindível que seja de segunda mão.Pode já ter sido enganado,pois todos os amigos são enganados.Não é preciso que seja puro,nem que seja de todo impuro,mas não deve ser vulgar.Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e,no caso de assim não ser,deve sentir o grande vácuo que isso deixa.Tem de ter ressonâncias humanas,seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristese compreender o imenso vazio dos solitários.Deve gostar de criançase lastimar as que não puderam nascer.Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos,que se comova quando chamado de amigo.Que saiba conversar de coisas simples,de orvalhos, de grandes chuvase das recordações da infância.Preciso de um amigo para não enlouquecer,para contar o que vi de beloe triste durante o dia,dos anseios e das realizações,dos sonhos e da realidade.Deve gostar de ruas desertas,de poças d´água e de caminhos molhados,de beira de estrada, de mato depois da chuva,de se deitar no capim.Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver,não porque a vida é bela,mas porque já tenho um amigo.Preciso de um amigo para parar de chorar.Para não viver debruçado no passadoem busca de memórias perdidas.Que bata nos ombros sorrindo e chorando,mas que me chame de amigo,para que eu tenha a consciência de que ainda vivo. (Vinícius de Moraes)
Agora no Brasil são 21hs e 51mim. Eu estou vendo um filme - Só Você. É um filme lindo, romântico, simples e foi rodado na Itália. O filme trata de uma professora que teve uma experiência aos 11 anos com uma vidente e essa vidente disse o nome de sua suposta alma gêmea. Bom, essa moça cresce, vira uma professora e as véspera de seu casamento fica sabendo da existência de um homem cujo nome é o mesmo fornecido pela vidente. O único problema é que esse homem viaja para a Itália e ela simplesmente vai atrás. Aliás a Itália é uma país lindo, ideal para almas apaixonadas. Ao mesmo tempo que vejo o filme eu penso no poder das palavras. Não é a toa que a própria biblia diz que o verbo tem poder. As pessoas não tem muita consciência da força das suas palavras. Quando dizemos a alguém o quanto essa pessoa significa pra nós, deveríamos pensar antes de dizer. Ao fazer uma afirmação muitas vezes não pensamos nas conseqüências futuras. Temos uma grande responsabilidade com as palavras. Essa responsabilidade se traduz em todos os setores da vida, seja no trabalho, com a família, com os amigos. As palavras podem nos trazer felicidade ou desgraça, as palavras tem poder. Mas o poder maior que elas nos trazem é a possibilidade da realização de um sonho ainda não verbalizado.

Hoje é um dia muito especial pra mim. Hoje é meu aniversário. Hoje tomei algumas resoluções importantes pra mim. Em primeiro lugar quero assegurar meu direito de fazer sempre que necessário uma alquimia interior. Quero também parar de me culpar por coisas que não poderiam se diferentes e hoje a partir desse blog começarei meus comentários sobre Magia, política e sobre qualquer outro assunto que me venha a cabeça. Não sei se esse blog será visualizado por alguém mas se for - seja bem vindo(a)