domingo, dezembro 23, 2007

Paixão




De todos os sentimentos humanos, esse é o que mais mexe com os nossos sentidos. Dentre as paixões, a paixão romântica é a mais emocionante e também o que mais nos dá oportunidade de crescer. Ela é uma faca de dois gumes. Podemos rapidamente ir do céu ao inferno. A paixão nos proporciona uma alegria sem igual e uma dor na mesma medida. Quando os efeitos passam é como se nunca tivesse acontecido, porém sempre terá aquele gostinho do que poderia ter sido. Não é o soldado comum que ganha à guerra, mas sim aquele que está apaixonado pelas idéias. Somente um apaixonado consegue derrubar todas as barreiras e ir à luta. A paixão faz isso, ela nubla a nossa racionalidade e acabamos fazendo coisas impensáveis em outras situações. Mas a paixão, na maioria das vezes é transitória, efêmera. Ouvi um diálogo em um filme em que o protagonista dizia que todo o dia se apaixonava pela mesma mulher. Essa seria a paixão ideal. Porém, as coisas nem sempre acontecem assim. Costumamos fazer com que o ser pelo qual nos apaixonamos seja o centro do universo. Nós somos a terra e o ser amado é o sol. Vivemos ao redor dele. Tudo é para fazê-lo feliz. Não temos mais vontades ou desejos, somos servos da paixão. Enfrentamos guerras, disputas, alegrias, desafios, sempre com a determinação de fazer o melhor para nosso bem amado. E nós, como ficamos? Por algum tempo somos pessoas imensamente felizes, mas com o passar do tempo percebemos que nem somos mais pessoas, somos seres que usaram as suas energias em prol de outra pessoa e assim nos sentimos vazios. Na paixão, mais do que em qualquer situação, temos que saber ouvir nosso coração. Do que se abdica por paixão, mas tarde haverá cobranças internas e profundas. A pessoa pela qual estamos apaixonadas é importante em nossa vida. Ela nós faz feliz, mas não é o centro do mundo. Não pode ser o sol em nossa vida porque essa pessoa também é um ser humano. Nós tendemos a dar um status de Deus ao ser apaixonado, mas ele não é Deus. Em qualquer situação ou circunstância, nós devemos ser o Deus de nosso universo, mais ninguém. Falo isso não de uma maneira prepotente ou egoísta, mas de uma forma respeitosa com nós mesmos. Quando tornamos outra pessoa responsável pela nossa vida, a angústia, o medo, a solidão poderão ser as conseqüências dessa escolha. Na maioria das vezes o ser amado fica sobrecarregado com o excesso e acaba fugindo. Em outras vezes existe desse primeiro passo apaixonado um reflexo saudável. Quantas vezes ficamos ao lado do telefone ou na frente do computador aguardando um telefonema, uma mensagem, que não chegam no tempo certo em que os esperávamos. Enquanto a espera perdura, tem um sol lá fora que realmente aquece e nutre a vida. Por mais difícil que possa parecer, fique apaixonado, é muito triste alguém que nunca ficou. Escreva poesias, veja filmes apaixonados, escute músicas que falem de amor, chore se for necessário, mas, acima de tudo lembre-se, ninguém é de ninguém. Somos seres individuais, com histórias de vidas diferentes, com idéias e modos distintos. Não sofra pelo inevitável, pois, o maravilhoso de uma paixão é poder transformá-la em amor.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Ano Novo Vida Nova



Todo final de ano, costumamos, de uma forma ou de outra analisar como foi a nossa vida. Esse ano de 2007 não é diferente. Sinto uma natureza ecológica mais atuante. Sinto as pessoas mais conscientes de seus valores, medos e receios. Eu pensava em um texto cujas palavras pudessem verbalizar todas as coisas que desejo para cada um dos milhares de humanos que habitam esse planeta. Meu desejo foi realizado – recebi esse texto e transmito a vocês. Eu desconheço o autor, no entanto, faço das suas palavras as minhas e espero do fundo do meu coração que o Natal seja maravilhoso e o início de 2008 seja melhor ainda. Que neste ano, todas as energias fortes e positivas da natureza se manifestem a cada um de nós.

“Apaixone-se definitivamente pelo SEU SONHO. O sonho de ninguém deve ser mais apaixonante que o seu.Apaixone-se pelo SEU TALENTO, mesmo que seu crítico insista para você escolher realizar outras coisas, mais "convenientes".Apaixone-se mais pela SUA VIAGEM do que pela chegada a seu destino, pois só a viajem é garantida.Apaixone-se pelo SEU CORPO, mesmo que ele esteja fora de forma, pois de "qualquer forma" ele é a única casa que você realmente possui.Apaixone-se pelas SUAS MEMÓRIAS mais deliciosas, ninguém pode tirá-las de dentro de você e elas são excelentes fontes de inspiração em momentos de dor.Apaixone-se PELAS BESTEIRAS SAUDÁVEIS que passam por sua mente entre um e outro momento de estresse, elas ajudam a sobreviver.Apaixone-se PELO SOL, ele é fiel, gratuito, absolutamente disponível e dá prazer.Apaixone-se primeiro POR ALGUÉM. Não espere alguém se apaixonar antes por você, só por garantia e segurança.Apaixone-se PELA DANÇA DA VIDA, que está sempre em movimento dentro da gente, mas que, por defesas nós teimamos em algemar.Apaixone-se mais PELO SIGNIFICADO DAS COISAS que você conquistar do que pelo seu valor material.Apaixone-se por SUAS IDÉIAS, mesmo que tenham dito que elas não serviam pra nada.Apaixone-se por SEUS PONTOS FORTES, mesmo que os pontos fracos insistam em ficar em alto relevo no seu cérebro.Apaixone-se PELA IDÉIA DE SER VERDADEIRAMENTE FELIZ. Felicidade encontra-se de sobra nas prateleiras de seus recursos interiores.Apaixone-se definitivamente POR VOCÊ!APAIXONE-SE RÁPIDO! O PODER DE DECISÃO SÓ PERTENCEA VOCÊ!”

sábado, dezembro 08, 2007

Solidão


Estava lendo a definição de solidão na Wikipédia – segundo essa imensa biblioteca virtual “A solidão é o estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só. Ela é formada pela reclusão do indivíduo que não se adequa a sociedade e é expurgado”. Essa denominação é ampla e muitas, muitas vezes não se aplica ao sentimento que temos. Podemos ter uma imensa família nos sentirmos sós. Podemos ter um emprego de sonhos e nos sentirmos sós. Podemos ter um companheiro que qualquer pessoa gostaria de ter e mesmo assim nos sentirmos sós. Nessa época de festas e de virada de ano, em alguns casos a solidão entre as pessoas fica tão terrível que muitas são levadas ao suicídio. Comentei com um amigo que o mês de dezembro, de acordo com estatísticas é o mês da depressão. Sabemos o que essas datas significam – algo esta terminando. Um novo futuro começa. Isso assusta, causa medo, principalmente quando percebemos que todos os artifícios utilizados para preencher nosso vazio interior foram inúteis. No momento de finalização percebemos que todos os subterfúgios que utilizamos durante o ano caem por terra ao final.
Porque isso acontece? Afinal tenho família, tenho amigos, tenho um amor, tenho um lugar pra viver e porque me sinto só? Família, amigos, relacionamentos afetivos, trabalhos são alguns dos recheios usados para preencher um vazio, para preencher um buraco imenso que nunca fica realmente cheio. Quando vemos que o emprego dos sonhos nem sempre vale a pena, quando sentimos que muitas vezes gostaríamos de ficar longe da nossa família e que o relacionamento não corresponde, o fantasma que julgavámos totalmente enterrado volta a nos atormentar. Temos carências, profundas e amargas. Carências que se não forem corretamente tratadas viram feridas enormes. O problema não é a família, nem amigos, nem trabalho e muito menos amor. O problema sou “eu” enquanto indivíduo. Não percebo que estou conectado a tudo nesse universo. Não posso jogar a responsabilidade de me sentir bem na família, nos amigos, no trabalho, no amor. Eu sou profundamente responsavel por mim mesma. Eu possuo uma tremenda responsabilidade de me fazer feliz. Não posso delegar essa tarefa a mais ninguém. Nasci só mas profundamente interligado a tudo o que vive e respira e também a tudo que é inanimado. Eu faço parte da natureza, não estou desconectado. Posso não me identificar com a forma que a sociedade me avalia mas faço parte de algo muito maior do que ela. Eu faço parte da natureza. A família não se limita a laços sanguineos, ela se estende a amigos, vizinhos. Em alguns casos encontramos mais apoio junto aos nossos amigos do que a nossa família. O trabalho pode ser maravilhoso se realmente nos sentimos produtivos, criativos e receptivos com as idéias que temos da vida. O amor – esse é algo muito delicado. Algumas pessoas pensam que ao encontrarem o amor dos seus sonhos a sua solidão estará acabada. Um engano que pode ser muito doloroso e cruel. O amor é compartilhar, ele é capaz de curar carências desde que consigamos aprender e crescer com ele. Quem quer curar carências não deve perder tempo buscando amor , mas sim procurar um terapêuta. Não é uma dominação de poder, nem um toma lá e da cá. É uma profunda relação de respeito. Eu penso que para curarmos a nossa solidão, não adianta irmos a um teatro lotado e nem buscar companhias. Temos que estaramos sós. Por mais paradoxal que isso possa parecer é justamente na solidão que devemos curá-la. Sentarmos quietos, e começar a tirar pra fora da nossa vida tudo o que tentamos preencher no vazio da nossa existência. Quando fizermos esse balanço, descobriremos o porque nos sentimos sós. E dessa forma poderemos exercer a função pela qual somos capazaes de cumprir – viemos a esse planeta com o único objetivo de sermos felizes. Não sós, não mal amados, não infelizes, não com situações carmicas. Quando assumimos o controle de nossas vidas somos capazes de sermos felizes. E para isso não necessitamos jogar nossas carência e nem tentar fazer jogos de afetos em carreiras para preencher o vazio de uma alma infinitamente feliz. Quando descobrimos tudo o que de bom temos, a solidão se dissolve, se transmuta. A natureza tem uma capacidade de se auto organizar e de se auto curar. Nós somos parte dessa natureza e adquirimos esse mesmo dom. Algumas vezes é necessário que nos dobremos como os bambús e em outros podemos ser fortes e orgulhosos como um carvalho. O que não podemos é ir contra a natureza – a solidão significa exatamente isso.