terça-feira, junho 30, 2009

REJEIÇÃO HUMANISTA AO GOLPE DE ESTADO EM HONDURAS


Os Humanistas argentinos condenamos o golpe que acabam de dar à democracia da irmã República de Honduras os membros de sua cúpula militar, acompanhados de alguns grupos autoritários da sociedade civil.
Sob o impresentável argumento de “cumprir com ordens judiciais”, os militares hondurenhos violaram as normas que estabelecem sua obediência ao Presidente da Nação, o depuseram pela força, seqüestraram e trasladaram à Costa Rica, e agora pretendem legitimar um ilegítimo sucessor “democraticamente” com o Congresso. Não é casual que este retrocesso para o escuro passado, tenha-se concretizado contra um governo que nos últimos tempos tinha sintonizado suas políticas com os processos transformadores que vive nossa região. O Presidente José Manuel Zelaya Rosales, vinha trabalhando pela diminuição da pobreza, pelo aumento do orçamento educativo, e pela unidade regional. Seguramente isto não caiu bem às velhas oligarquias, como também não caiu bem que o governo de Zelaya se tenha aproximado a Chávez e tenha ingressado no ALBA.
Não é novidade que certos políticos, disfarçados de democratas, em acordo com alguns juízes e, sobretudo com os meios de comunicação privados, se tenham associado para tratar de desgastar a imagem presidencial. O fizeram na Venezuela, na Bolívia, Equador e também na Argentina. São os mesmos retrógrados, que falam em democracia enquanto houver governos que apóiem seus interesses, mas não tem nenhum reparo em mostrar seu ânimo destituinte toda vez que um governo deixa de obedece-los. Mas, desta vez conseguiram o apoio militar para concretizar suas intenções, e isso não o podemos permitir na América Latina. Muito sofreram nossos povos por culpa dos autoritários e os violentos. Muito sofreram nossos povos pela ação dos intolerantes que se resistem às mudanças. A América Latina não quer voltar a esse escuro passado. Já a OEA e vários países da região, manifestaram sua rejeição aos golpistas.
É por tudo isto que exigimos a imediata restituição no poder ao legítimo presidente de Honduras, e a resolução pela via democrática de todas as diferenças que pudessem existir entre o governo e seus opositores. E democracia significa basicamente consultar ao povo. Povo ao que pedimos também resistir aos golpistas mediante a luta Não-violenta; porque a Não-Violência é o caminho, como viemos dizendo os Humanistas desde sempre, e como o expressasse o próprio Zelaya no seu recente discurso inaugural na Assembléia da OEA.
Guillermo Sullings
Porta-voz do Movimento Humanista na Argentina