terça-feira, fevereiro 23, 2010

LULA CRITICA PAÍSES RICOS PELO ENFRAQUECIMENTO DA ONU E PEDE DEBATE SOBRE ILHAS MALVINAS

Lula critica países ricos pelo enfraquecimento da ONU e pede debate sobre Ilhas Malvinas

"Qual é a explicação geográfica, política e econômica para a Inglaterra estar nas Malvinas?", questiona o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que a Organização das Nações Unidas (ONU) não tem representatividade e está enfraquecida pelos interesses individuais dos países ricos. Em discurso no encerramento da Cúpula da América Latina e Caribe, no México, o presidente disse que a ONU não cumpre seu papel de negociar a paz no Oriente Médio e dialogar com o Irã.
— Por que a ONU se afasta e os países individualmente tratam desses assuntos? Porque a ONU perdeu representatividade. Porque muitos dos países que participam do conselho de segurança preferem a ONU frágil, para que eles possam desobedecer as decisões e fazer do seu comportamento a grande personalidade de governança mundial.
Segundo Lula, a falta de representatividade da ONU se reflete no embate entre Argentina e Reino Unido por causa das Ilhas Malvinas.
— Qual é a explicação geográfica, política e econômica para a Inglaterra estar nas Malvinas. Qual é a explicação para a Organização das Nações Unidas não ter ainda tomado uma decisão e dizer que não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas. Será que é o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e que eles podem tudo e os outros não podem nada — questionou.
Lula ainda criticou duramente os países ricos pelo fracasso no debate climático de Copenhague e disse que "nem no tempo de sindicalista viu uma reunião tão desorganizada". Segundo Lula, houve "pobreza de espírito" de países importantes que quiseram responsabilizar apenas a China pela questão climática.
— Não é possível que os países ricos se proponham a dar uma quantia em dinheiro muito pequena e ajam como se estivessem prestando um favor. Nos últimos 200 anos foram eles que poluíram o planeta, então não é favor. É pagamento de dívida, é uma reparação que eles estão fazendo — afirmou Lula.
O presidente ainda falou do bloqueio econômico a Cuba e da necessidade de dialogar permanentemente com os Estados Unidos para que essa decisão seja suspensa, e sobre o golpe de Estado em Honduras.
— A gente não pode aceitar de nenhuma maneira que essa experiência de juntas militares em Honduras prevaleça nos outros países da América Latina, senão daqui a pouco eles podem achar que qualquer um de nós é demais — afirmou.
Sobre o Haiti, Lula disse que é preciso pensar a reconstrução do país a longo prazo e fortalecer o governo e as instituições democráticas.
— Senão daqui a pouco tá todo mundo governando o Haiti, menos o presidente eleito democraticamente — completou Lula.

AGÊNCIA BRASIL






segunda-feira, fevereiro 15, 2010

SAÚDE PÚBLICA

Tenho percebido que a vida do brasileiro mudou. Vejo as pessoas com mais confiança no futuro. A situação financeira do país tem melhorado gradativamente. Nas lojas, os vendedores de eletro domésticos sorriem com muita satisfação, ao mesmo tempo em que todos os indicadores econômicos prevêem um Brasil que no futuro será a quinta economia do mundo. Boa noticia. Neste curto parágrafo a palavra chave girou em torno de economia. Mas eu me pergunto – é realmente a disponibilidade financeira em comprar bens de consumo que faz um país ser melhor ou pior que outro? Creio que não e pensando nisso me lembro de núcleos familiares onde famílias mesmo com situação precárias, porém unidas conseguiram sobreviver e alcançar a tão sonhada qualidade de vida. Esses núcleos, essas famílias tinham SAÚDE. Nosso país me lembra um velho abastado, porém fraco, decadente, doente.

No final da década de 80 foi implantado o SUS (Sistema Único de Saúde) que objetivava fornecer saúde a todas as pessoas independente de poderem ou não pagar por ela. Nessa fase eu me recordo que eu e minha família tínhamos a carteira do INAMPS. Todos os brasileiros viam a oportunidade de uma vida melhor através do SUS. O projeto de que todas as pessoas tenham acesso à saúde é fantástico, porém na prática o SUS recebe tanto boicote, que trás revolta a população. Hospitais lotados, falta de leitos, faltam de médicos, de especialistas, hospitais sem as mínimas condições de atendimento a população. Demora no atendimento, dificuldade de acesso, pessoas morrendo nas filas de espera. Isso é que tem se transformado o SUS. Aqui no RS temos, dentro do SUS, um sistema unificado de atendimento que funciona assim – primeiro, é necessário tirar ficha em um posto de saúde (perto de sua casa), depois aguardar um mês ou mais para a primeira consulta. Realizada essa consulta que irá definir se haverá necessidade de uma segunda com um especialista, você vai para a central de marcação. Essa central marcará a consulta com o especialista e lhe avisará do dia e da hora. A principio, um sistema perfeito porque um posto de saúde perto de sua casa permitiria que o medico estivesse ambientado com moradores da região. Depois, a central de marcação ficaria responsável por lhe encaminhar a especialidade medica necessária. Mas vemos hoje, claramente que o SUS não funciona esta forma. Faltam médicos, boas condições de trabalho e interesse que este sistema funcione. Hoje, quem tem condições de pagar, tem plano de saúde. Um plano de saúde é a garantia de que você não vai morrer na fila de espera. Pelo SUS a marcação de uma consulta ao especialista pode demorar anos, ANOS. Para mim e também para muitos, virou matéria constante nos meios de comunicação, ver hospitais lotados e ultrapassados, médicos mal pagos, falta de especialistas. Bebes morrendo sem atendimento, idosos sendo carregados em cadeiras de rodas e permanecendo horas, dias na fila de espera aguardando um atendimento, na maioria das vezes, um péssimo atendimento. Claro que o governo sabe disso e atua (não com tanta pressa como deveria), tem o programa Saúde da família que faz parte de uma medicina preventiva. Existe também a figura do agente de saúde, uma pessoa que visita as famílias dando orientação de coisas básicas, como alimentação e saúde do bebe, procedimentos básicos de controle de saúde. Mesmo estes pequenos avanços sofrem boicote. Aqui na Prefeitura de Porto Alegre, o MP (Ministério Público) esta investigando o desvio de verbas do programa para outros fins, por parte das autoridades e empresa contratada.

O Brasil esta doente e com delírios de grandeza, nossos governantes brindam “índices econômicos” e esquece que a população precisa ter saúde de qualidade, escolas, universidades, comida na mesa. Nossos governantes esquecem que são eles, eleitos nas urnas pelo povo brasileiro, apenas gestores de uma quantidade imensa de dinheiro que não lhes pertencem, pertence a mim, a você e a todas as pessoas. Em cada caixa de fósforos comprada, pagamos impostos. O problema na realidade não é a falta de dinheiro para aplicar na saúde, mas sim no gerenciamento das verbas publicas. Graças a política neoliberal a palavra TERCEIRIZAÇAO, tomou destaques na forma de distribuição do dinheiro público, o que permite fraudes desvios de verbas por empresas contratadas para cuidar de algo que é obrigação do estado. Para mim de nada adianta saber que meu país será “A quinta economia do mundo” e que meus irmãos brasileiros morrem na fila de espera de um hospital.

O nosso país tem que parar de tapar o sol com a peneira – vivemos interligada, a palavra chave do nosso desenvolvimento não pode girar nas variantes de economia como o dinheiro por si só fosse resolver nossas principais debilidades, precisamos com urgência de uma boa e eficaz administração e gerenciamento das verbas publicas.