quinta-feira, novembro 29, 2012

Torcida por Luis Fernando Verissimo

         
          Em 1983 estava eu militando no movimento estudantil da PUCRS, encantada com minha adolescência e as milhares de coisas novas que descobria diariamente e claro, tendo minha primeira comissão de inquérito com vistas a uma possível expulsão. Na época eu estudava Ciências com habilitação em Física. Foi nesse ano que conheci Juremir Machado da Silva, na época um Jovem que para alguns era brilhante, para outros (um pentelho) e outros ainda o consideravam anarquista, não no sentido de postura política mas de anarquia mesmo. Naqueles tempos ele e outros como o  (hoje Doutor) Jornalista Álvaro Laranjeira eram chamados de "Os anarquistas". Eles faziam coisas como debochar dos nossos esforços de dar seriedade ao movimento, uma verdadeira lástima. Também se inscreviam todos os anos para concorrer ao DCE da PUC. Além do deboche e as humilhações públicas sobre os grandes pensadores (claro, eles eram da história, liam tudo), organizavam nomes de chapas eleitorais completamente diferente do que estávamos acostumados. Teve uma vez que dizem as línguas dedo-duro que eles organizaram chapas ao DCE porque ganhavam verbas e aproveitaram uma dessas compensações para participarem do festival de Águas Claras, mas confesso que essa acusação nunca ficou provada. Bem, voltando ao nome das chapas, "Divagarei pelos seus olhos a procura de seus votos", "Todos no trem gemem" e um nome muito especial porque houve um racha entre os anarquistas em certa ocasião que agora não me lembro, então ficou assim - "Nesta chapa o Juremir não esta". 
          Passada nossa fase de faculdade, Juremir Machado da Silva continuou polêmico, dividindo opiniões mesmo para aqueles que leem sua coluna diária no Correio do Povo. Uma grande polêmica , ainda quando trabalhava na RBS, foi com a família Veríssimo, Juremir conseguiu brigar com o flho e teria conseguido uma séria discussão com Érico Veríssimo se este já não estivesse morto. E eis que hoje me deparei com esta crônica. Estou um pouco assustada, será o sinal dos fins dos tempos? Seja o que for, é uma crônica brilhante de alguém que odiado ou não consegue mostrar através das palavras sua opinião, e sua veracidade. Juremir Machado da Silva pode ser tudo, menos uma fraude, ele é o que é e não tem o menor pudor em se mostrar verdadeiro. Segue texto abaixo.

"Tenho torcido muito pela recuperação total de Luís Fernando Verissimo. Quero que todo ser humano tenha saúde e longa vida. Há 17 anos, voltando da França, critiquei Verissimo. Ataquei o seu estilo, que raramente me convence, o pouco engajamento do seu pai na luta contra todos os abusos da ditadura, não apenas contra a censura, e o esquerdismo do cronista, que, no contexto da queda do muro de Berlim e do inventário do estragos do stalinismo, parecia-me esdrúxulo e anacrônico. Não me arrependo de coisa alguma.
Por linhas tortas, minha vida só melhorou depois desse episódio. Devo dizer, no entanto, que, reflexão feita, num ponto ele tinha razão: a sua crítica à direita. O posicionamento político de Verissimo é digno de aplauso.
Não interessa se tardio ou nos bons tempos.
Na época da polêmica, por causa da qual perdi um emprego, eu, como o anarquista que continuo sendo, quis criticar o stalinismo e o direitismo ao mesmo tempo. Não era possível. O Brasil, mal saído da ditadura, não estava maduro para isso. Verissimo pragmaticamente mirava no alvo certo: o reacionarismo responsável pelos séculos de desigualdade, de miséria e de parasitismo das elites no Brasil. Continuo convencido, porém, de que Erico poderia, com seu prestígio, ter sido mais veemente na denúncia aos horrores do hediondo regime militar brasileiro, o que, de resto, muitos intelectuais e jornalistas cobraram dele. Cada homem, no entanto, como diria Ortega y Gasset, é ele e suas circunstâncias. Luís Fernando foi inflexível na defesa da memória do pai. Eu faria o mesmo em relação ao meu.
Outro ponto para ele.
Condeno apenas os métodos.
A direita odeia Verissimo. Odeia ainda mais na medida em que jamais pôde atingi-lo. Se pediu a sua cabeça aos patrões, como costuma fazer quando incomodada, obviamente não conseguiu, embora, vez outra, o patrão hesitasse. Parte da direita passou a gostar de mim por imaginar que, tendo me tornado desafeto dele, eu passava a integrar automaticamente as fileiras do reacionarismo. As simpatias posteriores à minha degola eram pura tentativa de cooptação. O meu ângulo de ataque, porém, havia sido outro. Por mais que meus inimigos duvidem, continuo não sendo de esquerda nem de direita. Sou libertário e teimoso. Só me guio pela minha consciência. Franco-atirador, não me importo de ser minha primeira vítima. A idade me ensinou, porém, que o anarquismo é poesia e que a realidade exige posturas mais práticas.
A esquerda brasileira é cheia de defeitos. A direita consegue ser bem pior. Verissimo, pelo jeito, compreendeu isso muito antes de mim. Sou mais lento. Essa polêmica marcou a minha vida do ponto de vista dos outros. Virei nota de rodapé na biografia de Verissimo. O resto é bola de neve: um golpe levou a outro e assim sucessivamente. Encontramo-nos três vezes depois da briga: dentro de um elevador em Belém do Pará, numa pontezinha de pedestres na avenida Ipiranga, em Porto Alegre, como se estivéssemos num clima de duelo, e em poltronas vizinhas num show. Não nos cumprimentamos.
Desejo cumprimentá-lo agora pela perspicácia política."
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=3560#comment-21341

sexta-feira, novembro 23, 2012

A paixão da extrema direita brasileira por Joaquim Barbosa

         

        Mais um texto claro e preciso do Jornalista Juremir Machado da Silva, publicado no jornal Correio do Povo, hoje dia 23 de novembro de 2012. Um artigo que vem bem a calhar porque ontem ocorreu a "Coroação", do ministro Joaquim Barbosa (o menino pobre que mudou o Brasil, antes necessitava-se de provas para uma condenação, hoje, não mais),
          "A direita e a extrema direita brasileiras estão apaixonadas por Joaquim  Barbosa.
Passaram a valorizar até o que sempre condenaram em outros: a questão racial.
Já o transformaram em candidato à presidência da República em 2014.
Por antipetismo visceral, imaginam ter encontrado, enfim, um candidato capaz de derrotar Dilma, Lula, o PT,  a esquerda, o bolsa-família, o ProUni e até as cotas, que Barbosa apoia.
         Outro dia,  a Folha de S. Paulo publicou uma entrevista de Claus Roxin, um dos pais da teoria do domínio do fato, a doutrina esdrúxula usada por Barbosa para condenar sem prova material.
No meio de algumas coisas esquisitas, que se mostraram deturpadas pelo jornal, Roxin, que obviamente não se manifestou sobre o caso concreto do mensalão, disse uma coisa que não retirou como princípio doutrinário: a sua teoria não dispensa a prova material, não aceita apenas indícios.
         Roxin, constrangido com a repercussão das suas declarações, pois deixou o STF numa saia justa, resolveu corrigir o jornal e, dilplomaticamente, sair da confusão. Alegou o que todos alegam quando falam demais e entram numa fria: que suas declarações foram tiradas do contexto e deturpadas. Pode ser. Deve ser. O essencial, porém, não se alterou, mesmo que afirmado em abstrato, como funcionam as teorias: sem provas, não. Só na evidência, não.
Alguns representantes da extrema direita vibraram achando que Roxin  passou a legitimar o uso da sua teoria pelo STF. Não o fez. Da mesma maneira que, num contexto específico, sem a ver com o mensalão, afirmou o que vale também para o mensalão: não se deve julgar pelo clamor popular. A correção de Roxin, embora estratégica, repete o principal saindo do concreto.
A extrema direita fica eriçada.
Estava se sentido arrasada.
Imagina ter recebido oxigênio.
Não tem o menor interesse por corrupção.
Só quer manifestar seu horror a reformas sociais.
É pura ideologia.
Uma boa análise de discurso mostra que Roxin, em sua nota de correção, repete o que disse de essencial apenas remente as suas afirmações ao abstrato e não ao concreto.
Segue texto com as ressalvas de Roxin."


Roxin faz esclarecimento ao público sobre mensalão

          É de conhecimento geral que o professor Claus Roxin esteve no Rio de Janeiro para receber um título de doutor honoris causa da Universidade Gama Filho e para participar do Seminário Internacional de Direito Penal e Criminologia ocorrido na Escola da Magistratura entre os dias 30 de outubro e 1o de novembro, em convite formulado por intermédio do professor Juarez Tavares. Por ocasião dessa visita, alguns meios de comunicação pediram a concessão de entrevistas, o que foi feito de bom grado. Em nome do professor Roxin e a pedido dele, na condição de seus alunos, gostaríamos de repassar ao público brasileiro os esclarecimentos feitos pelo professor em relação a alguns fatos divulgados nos últimos dias:
O professor manifesta, em primeiro lugar, o seu desgosto ao observar que a entrevista dada ao jornal Folha de São Paulo, concedida em 29 de outubro de 2012 e publicada em 11 de novembro de 2012,[1] ocasionou grande repercussão, mas em sentido errôneo. As palavras do professor, que se referiam apenas a aspectos gerais da teoria por ele formulada, foram, segundo ele, transformadas, por conta exclusiva do referido veículo, em uma manifestação concreta sobre a aplicação da teoria ao caso conhecido como “mensalão”. O professor declara, ademais, sua mais absoluta surpresa ao ler, no dia 18 de novembro de 2012, notícia do mesmo jornal, em que consta que ele teria manifestado “interesse em assessorar defesa de Dirceu”.[2] O professor afirma tratar-se de uma inverdade.
          A redação final dada pela Folha de S.Paulo à referida entrevista publicada em 11 de novembro de 2012 é imprecisa, segundo o professor, as respostas não seriam mais do que repetições das opiniões gerais que ele já defende desde 1963, data em que publicou a monografia sobre “Autoria e domínio do fato” (Täterschaft und Tatherrschaft). A imprecisão deve-se ao título ambíguo conferido à matéria, que faz supor que houvesse uma manifestação sobre o caso ora em curso no Supremo Tribunal Federal brasileiro: “Participação no comando do mensalão tem de ser provada, diz jurista”. O professor não disse a seguinte frase a ele atribuída: “Roxin diz que essa decisão precisa ser provada, não basta que haja indícios de que ela possa ter ocorrido”, que é inclusive juridicamente duvidosa. A entrevista foi concluída com uma declaração posta fora de contexto, a respeito da necessária independência do juiz em face da opinião pública. Essa pergunta foi a ele dirigida não pela Folha de S.Paulo, e sim pelo magistrado aposentado Luiz Gustavo Grandinetti, na presença do professor Juarez Tavares, de Luís Greco e de Alaor Leite, estes dois últimos seus alunos. A Folha já havia terminado suas perguntas quando Grandinetti, em razão de uma palestra em uma escola para juízes (a EMERJ) que Roxin proferiria, indagou se havia alguma mensagem para futuros juízes, que, muitas vezes, sofrem sob a pressão da opinião pública. O professor respondeu a obviedade de que o dever do juiz é com a lei e o direito, não com a opinião pública.
          A Folha, contudo, ao retirar essa declaração de seu contexto, criou, segundo o professor, a aparência de que ele estaria colocando em dúvida a própria isenção e integridade do Supremo Tribunal Federal brasileiro no julgamento do referido caso. A notícia do dia 18 de novembro vai além, afirmando: “O jurista alemão disse à Folha que os magistrados que julgam o mensalão ‘não tem (sic) que ficar ao lado da opinião pública, mesmo que haja o clamor da opinião pública por condenações severas’”. O professor recorda que nenhuma dessas ambiguidades existe na entrevista publicada pela Tribuna do Advogado do mês de novembro, entrevista essa concedida, inclusive, na mesma ocasião, à mesma mesa redonda, que a entrevista concedida à Folha.[3]
      O professor declara tampouco ter interesse em participar na defesa de qualquer dos réus. Segundo ele, não só não houve, até o presente momento, nenhum contato de nenhum dos réus ou de qualquer pessoa a eles próxima; ainda que houvesse, o professor comunica que se recusaria a emitir parecer sobre o caso. Em primeiro lugar, o professor desconhece o caso quase por completo. Em segundo lugar, afirma que, pelo pouco que ouviu, o caso não desperta o seu interesse científico. O professor recorda que interesses políticos ou financeiros lhe são alheios, e que não foi sobre tais alicerces que ele construiu sua vida, sua obra e sua reputação. Por fim, o professor declara que não se manifestou sobre o resultado da decisão e que não tem a intenção de fazê-lo. Além disso, não está em condições de afirmar se os fundamentos da decisão são ou não corretos, sendo esta uma tarefa que incumbe, primariamente, à ciência do Direito Penal brasileira.
Estes são os esclarecimentos que o professor Claus Roxin gostaria de fazer ao público brasileiro, na esperança de que, com a presente nota, possa pôr um fim a essas desagradáveis especulações.
Munique, Alemanha, 18/11/2012.











quinta-feira, novembro 15, 2012

Sabia que seu telefone pode estar grampeado?

          

          A telefonia no Brasil melhorou muito na última década, antes não tínhamos tantas opções de operadoras como temos agora. Mas no mesmo compasso, os serviços deixam ainda muito a desejar e vem acontecendo de muitas pessoas perceberem algo estranho quando falam ao telefone. Junto com os avanços tecnológicos onde expandimos a liberdade de expressão com a internet, a usamos para falar com qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo e como uma imensa biblioteca virtual, em contrapartida, preocupados com o que essa liberdade poderá levar, estamos sendo monitorados.           Junto com a internet, existem acusações, algumas comprovadas, pela ANATEL de que nossos telefones estão sendo grampeados. 
          A Dra Neusa Cerveira, teve suspeitas e por duas vezes, suas suspeitas provaram ser verídicas através da análise da Anatel (Agência nacional de telecomunicações). - "Comigo já aconteceu duas vezes" relata a Dra Neusa que reside no estado do RN. Segundo ela, ao investigar o assunto, descobriu que isso acontecia através de terceirizadas contratadas pelas operadoras de telefonia. O grampo em geral é feito por um funcionário mal pago a pedido de uma  pessoa ou pessoas mal intencionadas. Em geral, este indivíduo é remunerado para fazer isso, o perigo é o olho crescer e tentar clonar até mesmo seu cartão de crédito. Estas pessoas tem a chave do armário da estação central do seu ramal, podem controlar sua vida e de quebra lhe roubar, explica a Dra Cerveira. Antigamente podia-se utilizar o telefone 0800 da Anatel. Hoje o novo telefone é 133. 
        Se você tem fortes indícios de que algo esta errado na sua linha entre em contato com a Anatel através desse número, 133 ou usando o site abaixo - http://sistemas.anatel.gov.br/soa/  pode não ser sua imaginação, você pode realmente estar sendo grampeado. Preste atenção.

sexta-feira, novembro 09, 2012

Mensalão não existiu, leiam as postagens com bom senso



Temos que saber dos dois lados da história antes de assumirmos uma postura nesse pseudo-mensalão. O jornalista Raimundo Correa explica com toda a consciência, de quem pesquisou e apurou os fatos, porque o mensalão não existiu.

quinta-feira, novembro 08, 2012

A mídia de extrema- direita começa a perceber o MONSTRO que criou no STF.

         Desde que começou este absurdo de julgamento 470, venho denunciado e publicando nas redes sociais a situação constrangedora que esta sendo levada nossa justiça brasileira por conta do caráter altamente inflado, através da nossa mídia de extrema direita.  Abaixo segue um texto que expressa bem meus sentimentos e espero, os sentimentos de todos que buscam justiça.

''Merval Pereira, Dora Kramer, Marco Aurélio Mello… várias são as vozes que começam a se levantar contra
 o desequilíbrio emocional e a postura autoritária de Joaquim Barbosa, características incompatíveis com a de um juiz do Supremo e, mais ainda, com o comando do Poder Judiciário; eles sabem que o mundo não acaba com a Ação Penal 470; como serão os próximos julgamentos?

247 - Escondida, no fim da coluna da jornalista Dora Kramer, no jornal Estado de São Paulo, está a informação mais importante do dia. "O sucesso de Joaquim Barbosa ameaça criar pernas e levar o relator a perder a cabeça. O sentido da moderação é útil ao julgamento em curso e indispensável ao bom andamento dos trabalhos do Supremo que daqui a 15 dias ele presidirá".

No caso de Joaquim Barbosa, o "sucesso", ainda que na mídia, e não no meio jurídico, já lhe subiu à cabeça. O ministro que distribui autógrafos já foi tratado por uma revista semanal como "o menino pobre que mudou o Brasil" e nada parece ser capaz de lhe dar um pingo de prudência ou humildade.

Ontem, no intervalo de mais uma sessão acalorada no Supremo Tribunal Federal, em que Joaquim Barbosa debochou de seus pares, apostando nos aplausos da suposta opinião pública, Marco Aurélio Mello fez um desabafo.

"A viagem à Alemanha não fez bem a ele", afirmou. "Não estamos aqui para ser vaquinhas de presépio do relator e dizermos amém, amém, amém".

Barbosa trata com desrespeito todos os membros do colegiado que ousam divergir da sua posição. Se antes a ira era destinada apenas a Ricardo Lewandowski, a quem o ministro já acusou de "advogar para os réus" ou de "transformar réu em anjo", ela agora se volta também contra Marco Aurélio, que teve apenas a "ousadia" de abrir um debate jurídico sobre um tema técnico levantado por um advogado (continuidade delitiva ou concurso material).

Num colegiado, a divergência entre ministros é salutar. Mas encantado com a sua "popularidade", Barbosa tem adotado um viés cada vez mais autoritário, que não chega a ser surpreendente. Numa discussão recente no plenário do tribunal, ele já havia desafiado o ministro Gilmar Mendes a "sair às ruas". Agora, instados por Barbosa, vários ministros se sentem pressionados a seguir o comando "das ruas" e não das leis, salvo raras exceções.

Ocorre que o julgamento da Ação Penal 470 não será o último caso apreciado pelo Supremo Tribunal Federal. Depois dele, virão outros, em que os réus não serão propriamente adversários políticos dos que se proclamam porta-vozes da opinião pública. Por isso mesmo, Merval Pereira, colunista do Globo, publica um artigo nesta quinta-feira em que ensaia uma crítica à "mão pesada de Barbosa".

Segundo Merval, "na falta de critérios objetivos que norteiam as decisões, é previsível que os advogados de defesa terão muitas razões para apresentar embargos ao seu final, retardando a execução das penas". Antes disso, Barbosa já havia sido criticado por aplicar penas a um réu, valendo-se de uma interpretação equivocada das leis.

Incensado e tratado como herói pelos meios de comunicação no início do julgamento, Joaquim Barbosa começa a perder popularidade.

E a dúvida é que impacto isso causará numa personalidade já marcada pelo destempero e pela falta de inteligência emocional, seduzida por aplausos fugazes.
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http://www.brasil247.com/+pzl6r

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segunda-feira, outubro 08, 2012

Verdades indesejadas das eleições

Um texto escrito pelo jornalista Juremir Machado da Silva e postado no jornal Correio do Povo em 08.10.2012.

''Anunciaram que a influência de Lula estava esgotada.
O ex-presidente levou Fernando Haddad, um desconhecido insosso, ao segundo turno.
Anunciaram o fim da polarização entre PT e PSDB em São Paulo.
José Serra e Fernando Haddad estão no segundo turno.
Anunciaram o declínio do PT no país.
O PT fez o maior número de prefeitos do Brasil.
E a maior bancada de vereadores de São Paulo.
Anunciaram a derrota de Hugo Chávez, líder populista com forte tendência autoritária e um histórico de melhorias para a vida dos mais pobres, na Venezuela banhada em petróleo.
O bolivariano emplacou mais uma vitória nas urnas.
Definitivamente a mídia só dá bola fora.
Confunde seu desejo com análise da realidade.
O comentarista neutro, franco-atirador, só observa o festival de balas perdidas."





sábado, agosto 18, 2012

Denúncia - Policiais civis e militares participam de pistolagem em Correntina - BA

Esta semana foi denunciado pelo professor Paulo Oisiovici em uma carta endereçada ao DESEMBARGADOR JOSÉ DA SILVA FILHO, ouvidoria da Reforma Agrária, Brasília a situação intolerável que vive na cidade de Correntina - BA. Quando eu leio alguma denúncia contra órgãos que deveriam proteger  sociedade sempre penso, - existe vários Brasis ou pelo menos dois. Um que deseja que seu povo evolua (mesmo que deixe de investir o dinheiro necessário em saúde, educação, moradia, segurança, etc..) e outro que escancaradamente apóia a corrupção, nepotismo, safadeza, fechando os olhos, boca, ouvidos para ignorar qualquer possibilidade de punição. A situação do professor pode ser chamada de "morte anunciada". Depois que ele for realmente subjugado pelos aparatos da repressão, o governo, que deveria protegê-lo dirá que nada sabia. Graças a internet e a jornalistas que como eu, não estão ligados a nenhum governo, teremos as armas para desmascará-los. O governo sabia sim e esta sendo cúmplice nessa "morte anunciada".
Publico agora na íntegra a carta denúncia elaborada e enviada pelo professor Paulo.

De: Paulo Oisiovici (paulooisiovici@hotmail.com)
Enviada: sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Para: Ouvidoria Agrária Nacional (oan@mda.gov.br)

EXCELENTÍSSIMO SR. DESEMBARGADOR JOSÉ DA SILVA FILHO
OUVIDORIA AGRÁRIA NACIONAL
BRASÍLIA-DF

Correntina-BA é um lugar sem-lei. Policiais militares e civis participam da pistolagem e servem com fidelidade canina às empresas latifundiárias - em sua maioria multinacionais - produtoras de soja, algodão e milho para exportação. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntina e a FETAG-BA (Federação dos Trabalhadores da Agricultura da Bahia) controladas pelo PC do B são pelegas e apóiam o latifúndio e o agro-negócio. O município de Correntina-BA caracteriza-se por uma enorme e crescente concentração de renda, desmatamento desordenado, desenfreado, criminoso e uma grande e violenta concentração fundiária viabilizada pela aliança dos governos municipal, estadual e federal com o latifúndio, com a colaboração de oficiais de cartórios corruptos e conivência de algumas autoridades regiamente agraciadas com “gentilezas” do poder econômico. Os direitos humanos em Correntina-BA inexistem. Em 2005, o agricultor Sivaldo Pereira dos Santos, portador de marca-passo foi assassinado sob tortura na Delegacia de Polícia de Correntina-BA, sob o pretexto de atraso no pagamento de aluguel a um “puxa-saco” do prefeito municipal. Várias pessoas, inclusive eu, ouviram seus gritos e pedidos de socorro ao ser torturado pelo agente policial Nestor e concentraram-se em frente à Delegacia de Polícia. Já morto, Sivaldo foi levado ao hospital municipal. Um advogado da cidade, indignado com a atrocidade e sensibilizado com o suplício do agricultor Sivaldo encaminhou denúncia sobre o ocorrido à Corregedoria Geral da Polícia Civil em Salvador-BA, que instaurou inquérito administrativo contra o Delegado Marcelo dos Reis Calçado, até hoje sem resultados concretos. O mesmo delegado de polícia, em 2009, apontou uma pistola na cabeça do presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Arrojelândia, Claudomiro Ferreira de Jesus, ao descer de um “pau-de-arara” que trazia vários associados àquela entidade em conflito com a empresa PLANTA 7 Empreendimentos Rurais Ltda. O pretexto/explicação do referido Delegado de Polícia, foi o de que havia sido informado de que os trabalhadores rurais daquela comunidade invadiriam a Delegacia de Polícia. Em 2010, em frente ao Fórum local, o mesmo presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Arrojelândia, foi ameaçado de morte pelo Sargento PM da reserva, conhecido popularmente como “Cabo Erlane”, atual testa-de-ferro da empresa SGT Segurança, que atual com fachada legal prestando serviços de pistolagem ao latifúndio na região. Pelo fato de estarem ausentes do município, o juiz da comarca e o delegado de polícia, o presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de Arrojelândia, Claudomiro Ferreira de Jesus, procurou o representante do Ministério Público na comarca e lhe pediu proteção, recebendo como resposta que não podia fazer nada por ele, orientando-o que, quando viesse à cidade, o fizesse escondido. Em fevereiro de 2007, o agricultor Honório José de Araújo teve sua casa, em Arrojelândia, em Correntina-BA invadida à 00:00, pelo Delegado de Polícia de Coribe-BA à época, sem mandado judicial, acompanhado de vários policiais civis que apontavam armas de grosso calibre para sua cabeça. Grande parte de seus pertences foi destruída e ele foi levado preso para o município de Coribe-BA. Toda a violência e arbitrariedade foram presenciados pelos filhos do lavrador, desesperados. Para realizar esse seqüestro e prisão do agricultor Honório José de Araújo e de vários outros, na mesma data, o Delegado de Polícia de Coribe-BA, invadiu a jurisdição de Correntina-BA, sem autorização para isso.
Todos esses fatos, dentre muitos outros, foram denunciados por mim e por vários trabalhadores rurais e populares presentes na Audiência Pública realizada pela Ouvidoria Agrária Nacional, na Câmara Municipal de Vereadores de Correntina-BA, em 12 de junho de 2012.
Em 11 de julho de 2012, informei à Ouvidoria Agrária Nacional por telefone, via Sr. João Caetano, seu assessor, da ação de pistoleiros a serviço da empresa Floriana Agro-pecuária Ltda., sob a direção do Sargento da PM-BA/Reserva, Carlos Erlane, nas localidades de Lodo, Gado Bravo, Entre Morros, Morrinhos, dentre outras, ocupadas secularmente por posseiros que criam coletivamente seu gado na região. Uma ação organizada pela Coordenação do Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos, de Salvador-BA, na região, culminou na prisão de 3 pistoleiros, que foram logo soltos pela ação da Advogada Maria do Socorro e de seu marido, ambos do município vizinho de Santa Maria Vitória-BA, grileiros atuantes nos maiores conflitos de terra da região, responsáveis por assassinatos de trabalhadores e falsificação de escrituras.
Em 14 de agosto de 2012, às 20:30h fui informado pela diretora da Escola Edivaldo Machado Boaventura, onde trabalho, Maria do Socorro Castro Neves, que ao meio dia daquela mesma data estiveram no referido estabelecimento de ensino, um Policial Militar, um Policial Civil e um senhor que, pela descrição feita por ela, trata-se do Sargento da reserva, Carlos Erlane, conhecido como Cabo Erlane. Segundo a referida diretora, perguntaram se eu trabalhava naquele estabelecimento e o meu nome completo. Preocupada, a diretora lhes perguntou do que se tratava. Recebeu como resposta que o motivo da ida àquela escola e da procura do meu nome completo se devia ao fato de que eu havia citado seus nomes em Audiência Pública realizada em Correntina-BA, em 12 de junho de 2012. Na quinzena anterior à realização da Audiência Pública de 12/06/2012, ao voltar de viagem, percebi que o vidro da janela de meu quarto foi perfurado por um tiro, atingindo a parede oposta. Antes da ocorrência da referida Audiência Pública, já vinha recebendo telefonemas anônimos (número não identificado) com ameaças, no mesmo período em que havia organizado o confronto e resistência dos posseiros de Arrojelândia, área em conflito com a empresa PLANTA 7 Empreendimentos Rurais Ltda.
Só resta aos posseiros, trabalhadores rurais do município, a organização e resistência própria.
Estou sendo procurado, ameaçado e marcado para morrer. Como milhões de brasileiros, não tenho direitos, não tenho pátria, não tenho país. Não tenho chances. Não me permitirei ser caçado como um rato. Resistirei. Enfrentarei. Não me entregarei a bandidos, tenham eles a denominação ou a face que tiverem, nem ficarei à mercê deles.
Toda essa situação vigente no campo brasileiro desde a colonização portuguesa até hoje é resultado da insistência desse país em manter o latifúndio, razão do atraso secular desse país, responsável por diversos assassinatos de companheiros trabalhadores, que sustentam esse país e alimentam sua população. Essa situação se perpetua por séculos graças a subserviência do país aos latifundiários e aos interesses do capital, a subserviência dos sucessivos governos ao latifúndio e sua determinação e intransigência em não realizar a reforma agrária e limitar o tamanho da propriedade rural.
Estou enviando essa mesma carta a várias instituições de defesa dos direitos humanos no exterior, como forma de desmascarar a falsa imagem criada desse país em outros países e de denunciar a verdadeira realidade do Brasil.

Atenciosamente,

Paulo Oisiovici.

Correntina-BA, 17 de agosto de 2012.”


domingo, agosto 05, 2012

CARTA ABERTA À PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO BRASIL DILMA ROUSSEFF Exª Srª Presidente,

"Sou Maria de Lourdes Romanzini Pires Cerveira, ex-presa política em 1970 no DOI-CODI da Rua Barão de Mesquita- RJ, juntamente com meu marido, Joaquim Pires Cerveira e meus dois filhos (17 e 11 anos) onde permanecemos até o sequestro do Embaixador alemão, que libertou meu marido e mais 39 companheiros, banidos para Argélia. Fui colocada em liberdade uns dias após, porém não pude me encontrar com meu marido no exílio porque estava indiciada num processo da VPR e minha liberdade era relativa. Tinha que me apresentar com meus filhos (um deles fez 18 anos naquele cárcere dos horrores) à 2ª Secção do Exército, no Antigo Ministério da Guerra no RJ, duas vezes por semana, para provar que não tinha fugido.
A razão de minha carta deve-se as ameaças que novamente pairam sobre a minha família já tão dilacerada, por uma vida de perseguição e dor. Não falo por mim que venho recebendo também ameaças por telefone. Mas, tenho 80 anos. Peço pela segurança de meus filhos e netos, principalmente por minha filha Neusah Cerveira, a única que pode acompanhar o pai ao exílio. A senhora certamente não ignora que meu marido, Joaquim foi sequestrado em dezembro de 1973 pela operação condor na Argentina, onde depois de brutal suplício foi assassinado na madrugada do dia 14 de janeiro de 1974. Nossa vida, como de tantos outros familiares passou a ser de buscas pelos restos mortais de meu marido e por justiça. Neusah, por ter acompanhado o pai ao exílio, onde permaneceu no Chile com o pai até uns dias antes do golpe, por ter sido testemunha de muitos fatos, permaneceu algum tempo na ilegalidade. Posteriormente, foi incansável, sempre ao meu lado nas buscas pelo esclarecimento dos fatos e autores dos crime de lesa humanidade cometido a seu pai e por extensão a nossa família.
Com o passar dos anos, como as perseguições à nossa família não terminassem, Neusah decidiu se retirar por uns tempos para uma cidade do Nordeste, para se dedicar exclusivamente ao seu aprimoramento acadêmico, tornar-se pesquisadora, e prosseguir sua busca pela verdade e pela justiça amparada pelo ambiente acadêmico.
Efetivamente concluiu uma pesquisa defendida e aprovada (com indicação para publicação) na Universidade de São Paulo com o título: MEMÓRIA DA DOR – A Operação Condor no Brasil. 1984/1973 que se encontra no prelo, pronta para ser publicada desde 2008 (LCTE-Editora).
Minha filha não publicou seu livro, porque sofreu dois atentados (o primeiro no RJ, onde a delegacia do Leblon investiga até hoje, quando foi torturada (ainda tem as marcas)). O segundo no RN com minha neta, então com sete anos. Sequestro em que houve envolvimento da polícia civil do estado. Por essa época, Neusah, já fora aprovada em concurso público para professora do ensino médio no RN. Além disso, uma casa de minha propriedade no RN, na qual Neusah escreveu e guardou seu material e computadores de Pesquisa, foi vandalizada, o material levado, as paredes pixadas com ofensas contra meu marido morto. Além de terem levado também minhas lembranças com meu marido, entre outros ultrajes cometidos contra a memória de nossa família guardados nessa casa. Nunca isso foi esclarecido pela polícia do RN. Neusah se encontrava no RJ comigo, pois eu estava adoentada. Viajamos para lá, onde decidi vender a casa pela metade da metade do seu valor, quando vi aquilo.
Neusah tinha sua própria casa, já que tinha mais dois empregos e sempre foi muito independente.
Minha filha nunca desistiu de suas pesquisas para encontrar o pai e demais companheiros e fazer-lhes justiça. Também se tornou uma incansável batalhadora pelos Direitos Humanos em qualquer lugar do mundo onde fossem violados. Festejou a Comissão da Verdade e se colocou a disposição de colaborar com documentos e das formas em que sentissem que era necessária.
Minha filha faz muitos anos é porta voz oficial de nossa pequena família.
Depois das últimas eleições no RN, onde houve uma mudança das forças no comando (o Partido Democratas, assumiu o executivo) que quase coincidiu com a Instauração da Comissão da Verdade, onde Neusah compareceu como convidada, representando nossa família, vimos sua segurança ser novamente violentamente ameaçada. Especificamente, depois do encontro como Ministro da Justiça em Maio desse ano. Começou a receber telefonemas ameaçadores, a ponto de ter retirado o aparelho, para que sua filha não tivesse que escutar aquilo tudo (minha neta é bastante traumatizada, pelo sequestro que viveu com a mãe). As ameaças se estenderam pela internet e com apedrejamento da casa. (No telhado, acredito que se a polícia tivesse cumprido seu papel e feito uma perícia, ainda encontrariam pedras e outros objetos, que quebraram telhas e mais telhas) Concertou a cerca elétrica 10 vezes, desde 1º de março de 2012. Seu carro era seguido por motos. O muro esburacado, o lixo remexido, ameaças pelo celular. Fotografada em Shoppings e restaurantes, sempre com a filha. Começou a se isolar dos amigos e recusar convites para congressos. Chamava a PM, que só lhe aconselhava a deixar o RN, porque era uma mulher sozinha com uma filha. Minha filha é bastante parecida com o pai, durante a fundação do GTNM (original) do qual fomos membros da fundação era chamada, pelo Coronel Morais que perdeu uma filha para a ditadura de: “Cerveirinha” (ele conheceu meu marido no Exército) por ter herdado dele, extremo otimismo, determinação e bondade... além de uma infinita fé no ser humano.
Como dizia, as coisas pioraram, pedíamos para Neusah deixar o RN, mas pela sua imensa independência, não aceitava abandonar os empregos e nem simular uma doença para obter uma licença.
Sempre viveu modestamente, por escolha própria, organizada com suas contas. Adotou crianças que ninguém queria, embora já fosse mãe biológica e pudesse continuar a ser.
Amigos que reconheciam e reconhecem sua competência, tentaram ajudá-la a entrar numa Universidade Pública no sul ou sudeste. Era sempre recusada porque teimava em não abrir mão de suas convicções e objetivos humanistas.
Até que no dia 18 de julho sofreu um grave atentado em Natal, prestou queixa na 1 dp de Parnamirim, fazendo um BO. Resultou inútil. No dia 23, chegou em casa e encontrou tudo aberto, a cachorrinha desmaiada. Nada de valor foi levado. Apenas documentos pessoais, álbuns dela com seu pai no exílio, sua filmadora e alguns que ela pretendia encaminhar para a Comissão da Verdade. A casa estava um caos. Fez outro BO na 1ª DP de Parnamirim, onde o delegado prometeu uma perícia. (nunca aconteceu). No dia 30, novo atentado e invasão da casa dessa vez com minha filha e neta dentro de casa. Tiros e Neusah chamou a PM, que compareceu 3 horas depois, ficando 5 minutos, aconselhando-a como sempre a ir embora. Minha filha fez outro BO na 1 DP onde foi muito mal recebida. Devo relatar também que uns dias antes vinham se intensificando as ameaças, e chegou a haver nova invasão da casa e destruição da cerca elétrica que tinha acabado de ser concertada. Neusah não deu queixa policial, porque era período de provas bimestrais de seus alunos. 
Começaram a se intensificar as denúncias de seus companheiros, temendo por sua vida. Minhas também. No dia 31/07 recebeu um telefonema de uma senhora chamada Vanezza, dizendo que era da parte da Presidência da República, que ela e sua filha arrumassem uma pequena mochila, não levassem computadores, nem celulares que seriam retiradas do RN e levadas a Brasília. Disseram que seriam retiradas pela Polícia Rodoviária Federal, discretamente, e inclusive forneceram os nomes dos agentes. Forneceram-lhe por mensagem dois telefones para que ligasse assim que chegasse a seu destino. Minha filha já tinha tomado à decisão de pedir asilo político (que já estava inclusive em trâmites), mas ela pediu minha opinião: eu pedi a ela que fosse, desse uma chance... ela foi. Foi montado um verdadeiro aparato de guerra, com metralhadoras quando elas foram retiradas de casa. Foram numa viatura. Seguida de outras. Para surpresa de minha filha, não foi levada ao aeroporto e sim a uma pousada no Bairro de Ponta Negra, cuja localização é mais perigosa que sua casa. Chegando lá, com a polícia, foram instaladas num apartamento que dava para um descampado. De manhã foram abrir a janelas e foram fotografadas. Resumindo, Srª Presidente, minha filha ligou para os “telefones secretos” que lhe foram dados. Atendeu uma pessoa que não correspondia aos nomes que lhe deixaram. O Hotel lhe comunicou que deveria sair até o meio dia. Ficou aguardando, quando ligaram “as pessoas que se diziam secretas” argumentando que ficaria até sexta e que poderia sair à vontade para almoçar ir ao banco. Neusah, contou que já estava localizada. Nada demoveu aquelas pessoas. Pediram (Neusah e sua filha) um lanche no quarto e ambas ficaram bem doentes. Estavam sem dinheiro porque minha filha tinha medo de sair e sua filha ser morta ou sequestrada. No terceiro dia de cativeiro, sem comer, doente e tomando água da torneira, minha filha conseguiu me ligar pelo celular, porque alegando estar doente pediu que a gerente do Hotel fosse a seu, quarto com resumo da fatura e esclarecimento de quem fez as reservas. Estarrecida ficou sabendo que a Pousada era da sobrinha da Governadora do Estado do RN. Que inclusive conhecia, e lhe forneceu a reserva, que foi feita segundo a documentação por ela mesma: Neusah Cerveira por apenas uma diária. Posteriormente paga, por uma sigla desconhecida com pedido de nota fiscal eletrônica, por E: Mail da Srª Josy Campos. A proprietária inclusive perguntou por que ela tinha sido trazida pela polícia e a chamou de Drª Neusah Cerveira, dizendo: já falei para minha tia da sua presença aqui na nossa Pousada. (a tia no caso é a governadora do DEM, Rosalba Ciarline, inimiga política de minha filha e de todos os defensores de DH) Começamos então, ligar com insistência para autoridades possíveis de Brasília para que a resgatassem dali. Já sabíamos e isso Neusah tinha informado, que seus perseguidores eram pistoleiros de aluguel de uma cidade do RN, famosa por esses tão pouco ilustres moradores, que tem até uma tabela de preços para assassinatos por encomenda!
Srª Presidente, só conseguimos que alguém aparecesse lá no dia 03/08.
Disseram a minha filha que seria ouvida pelo Procurador da República, o que efetivamente aconteceu. Posteriormente disseram que agentes da Força Nacional, iriam com Neusah e sua filha, (que estavam e ainda estão fracas e com infecção gastrointestinal) Só que indicaram que fossem num camburão da Polícia Rodoviária Federal, os outros iriam fazer uma vistoria e a perícia do local e do carro.
Elas foram, e chegaram novamente ao escurecer, como criminosas em sua casa, que estava com a porta da frente aberta. Logo depois chegaram três senhoras de táxi e mais três senhores com a camiseta da Força Nacional. Tiraram algumas fotos e disseram que elas ficariam ali. Não adiantaram os protestos de minha filha, para que levasse ao menos minha neta. Quando Neusah percebeu que nada poderia ser feito pediu um telefone, já que jamais ninguém lhe mostrou uma credencial. Ao contrário enquanto minha filha prestava o depoimento para o Procurador, a Srª Vanessa ficou na sala, e por duas vezes pegou o celular da minha filha e ficou lendo suas mensagens e telefonemas, fotos, coisas pessoais. Neusah pediu para conversar a sós com o Procurador, que mesmo contrariando as referidas senhoras, aceitou. Toda hora a Vanezza abria a porta, tentando interromper essa conversa, cujo teor não levarei a público. Não agora.
Neusah, já tinha procurado inclusive a OAB/RN onde prestou depoimento e lhe foi recusada uma cópia. Mas, temos como comprovar. Disseram que o Presidente da Comissão da Anistia da OAB, não podia perder tempo, morava em outra cidade e tinha que cuidar de sua sobrevivência. Era um voluntário. 
Minha filha ficou sozinha na casa com sua filha. Fazia tempo que dormia por sua conta e dinheiro em pousadas o que voltou a fazer agora. Ontem tiveram que dormir em casa porque quando seus “protetores” foram embora, era muito escuro e perigoso para sair.
Antes de sair, a Srª Vanezza deu a minha filha 192,00 e pediu que Neusah assinasse uma diária de 300. Minha filha assinou. Estava tão debilitada que nem se preocupou mais com isso. Na verdade esses 192 reais pagos com cartão de crédito da minha filha foram motivados pelos muitos telefonemas a cobrar dados aos “telefones secretos” e recebidos dos mesmos telefones. Eu fiz questão e recomendei a minha filha guardar esses 192 reais em espécie, que foram trocados num pequeno comércio vizinho. Mas, porque Neusah assinou um recibo de diária de 300 reais?
Hoje minha filha e minha neta foram ao mesmo comércio e ouviram dos vizinhos que esperam que tudo corra bem. Qualquer um pode ser preso! Quem sabe confundiram sua mãe com traficante? Disseram a minha neta! Tudo vai dar certo. Consolaram pela prisão!
Então eu pergunto Presidente Dilma Russeft: isso vai ficar assim? A quem responsabilizo, por tanta incompetência ou maldade? Minha filha vai perder o emprego porque estava “protegida/presa” por defender os DH e a memória de seu pai? 
Faço-lhe um pedido, Presidente: tire minha filha e minha neta do RN e resgate pelo menos a memória recente! Minha filha vai passar por suspeita de ter sido presa como traficante, ou outra coisa? Vai ser morta? Deve pedir asilo? Não querem mais minha filha no Brasil? Não precisa matar. Em cinco dias fiquei com os cabelos totalmente brancos! Esse país não devolve os restos mortais do meu marido e agora quer matar minha filha por perseguir essa demanda com obstinação. 

Sem mais,
Saudações

Maria de Lourdes Romanzini Pires Cerveira
(Historiadora)
CI: 05 128 7750-7 MINISTÉRIO DA DEFESA
CPF: 160 174 639-34
Rio de janeiro, 04/08/2012."

segunda-feira, julho 09, 2012

Diplomata brasileira desafia Itamaraty e apoia o golpe

     
          Segue abaixo um novo documento complementar ao referendo produzida pelo grupo - Marcha virtual contra o golpe no Paraguay. Nosso protesto é sobre a forma que alguns elementos da diplomacia brasileira tem se manifestado publicamente a favor do governo golpista de Federico Franco. Esse documento não invalida o Manifesto e a Petição Pública. Tem o objetivo de continuar esforços às denúncias de Rui Martins e outros e apoiar as medidas cabíveis para os fatos relatados. O grupo "Marcha Virtual contra o golpe no Paraguay", vem oferecer denúncia e protesto pelos fatos abaixo relatados.


           "Repudiamos o Golpe no Paraguay, disfarçado de maioria parlamentar, capitaneado pelos EUA. Esse país tem, historicamente, interesse em destruir os avanços dos governos progressistas na América Latina e fragilizar o Mercosul, sobretudo depois que perderam a Alca. 
Refutamos a declaração e intervenção da CONSELHEIRA CONSULAR e ADVOGADA DOS BRASIGUAYOS Marilene Sguarizi 
(Conselheira Titular da América do Sul) que defende os interesses das oligarquias, representados por segmentos de latifundiários do agronegócio. A Conselheira que nega ser golpista, tem reproduzido o discurso falacioso de que se vive, atualmente, em paz no Paraguay. Para retratar essa harmonia, destaca que " 350 MIL BRASILEIROS são unânimes no apoio ao governo [ GOLPISTA] de Franco!" 
          Considerando que, por dever do cargo, deveria representar a posição dos seus superiores, do contrário sujeita-se a correição e impossibilidade de exercício das atribuições a que foi delegada, restou evidenciado que em seus pronunciamentos tem, inclusive, extrapolado sua competência, em flagrante conflito de interesses por ser advogada dos Brasiguayos.
Conforme Rui Martins: " 
Esquecendo-se ou ignorando as limitações de seu cargo, que na verdade é minimalista, a advogada membro do CRBE assumiu a defesa dos fazendeiros já em fevereiro num encontro em Brasília. Como ninguém lhe deu um pito, desta vez, ela utilizou o canal do CRBE para enviar mensagens dos ruralistas na fase do golpe, para o presidente do CRBE, numa ação de pombo-correio." ( http://www.diretodaredacao.com/noticia/intromissao-indevida-do-crbe#.T_pbwVg6kmo.facebook)

          Portanto, sustentamos que essa Conselheira não está credenciada a representar nosso país nas relações com o governo Paraguayo. 
Por confiarmos e ratificarmos nosso apoio ao governo da Presidente Dilma, clamamos: 
DILMA, FIRME POSIÇÃO! 
ADOTE AS MEDIDAS CABÍVEIS CONTRA QUEM ESTÁ DESTOANTE NO ITAMARATI DA POSIÇÃO FIRMADA PELO GOVERNO BRASILEIRO E PELA UNIDAD LATINOAMERICA! 

A MARCHA VIRTUAL CONTRA O GOLPE NO PARAGUAY, composta de mais de 5.000 integrantes, referenda esse Manifesto de Repudio, com base no respeito à soberania do Continente Latinoamericano. 

Termos em que
Pede e aguarda deferimento.

09 de julho de 2012. 
Marcha Virtual Contra o Golpe no Paraguay.

quinta-feira, julho 05, 2012

Manifesto contra O GOLPE “BRASILEIRO” NO PARAGUAI e o risco que submetem o POVO


Ao longo Ao longo dos anos e se já vão mais de um século o povo paraguaio tem sido vítima de ditaduras militares, civis, regimes que não representam nem os interesses do país e nem os de seu povo.

A derrota de Solano Lopez, numa guerra financiada pelo imperialismo britânico e que envolveu Argentina, Brasil e Uruguai, serviu a propósitos dominadores, inconfessáveis e revestiu-se de um caráter bárbaro, do qual jamais os paraguaios conseguiram se recuperar, até porque, os sucessivos governos após essa malfada guerra onde o Brasil foi instrumento de uma potência imperial, transformaram aquele país numa espécie de apêndice, protetorado brasileiro.

O governo do general Alfredo Stroessner consumou uma relação de dependência, que na pratica equivale a ocupação de parte do território paraguaio por latifundiários brasileiros. A ditadura militar brasileira, num acordo que fere as tradições de nosso País e nossa gente, obteve do governo de Stroessner terras férteis para milhares de latifundiários brasileiros, já no que se prenunciava e hoje é realidade – a nossa agricultura sob o controle de empresas multinacionais do chamado agronegócio.
Perto de 400 mil latifundiários brasileiros detêm hoje o controle das melhores e mais produtivas terras do Paraguai. Controlam a elite política e econômica paraguaia, formam a força política e econômica de maior porte no vizinho país.

Os governos até a eleição de Fernando Lugo, nos estranhos acordos que resultaram na bi-nacional de Itaipu, nas exportações paraguaias pelo porto de Paranaguá – Paraná – e estranhamente transformaram aquele país num dos maiores produtores e exportadores de soja do mundo, a despeito de suas dimensões territoriais, num jogo sujo de contrabando a partir de quadrilhas de latifundiários brasileiros e os chamados brasiguaios, tem tido a cumplicidade dos governos brasileiros.

Não foi diferente no golpe de estado branco contra o presidente Fernando Lugo. E lamentável a atuação da diplomacia brasileira no episódio, sem que a presidente da República tivesse de fato tomado atitudes concretas e efetivas para a preservação da democracia paraguaia.

Um país como o Brasil não pode voltar as costas ao que acontece na América do Sul e nem consentir, se tem pretensões a se manter soberano e íntegro em seu território, em ser partícipe de um processo golpista, ainda mais sob um governo que se escora em um partido comprometido com a classe trabalhadora, pelo menos em sua história e em seu programa.
O que assistimos no desenrolar dos acontecimentos que culminaram no afastamento do presidente Fernando Lugo foi um Brasil dividido em dois. De um lado um governo tíbio, fraco, incapaz de reverter uma situação grave e que afeta diretamente nossa democracia ainda tênue e de outro, o poder político e econômico de elites brasileiras e brasiguaias a desfecharem um processo político que pelo menos imaginávamos fora da realidade atual da América do Sul.

Se a presidente Dilma Roussef condenou, num primeiro instante, o golpe, num segundo momento aquietou-se e aceitou uma realidade construída por um poder paralelo, remanescente dos mais sombrios períodos de nossa história e consentiu que o golpe contra Fernando Lugo se consumasse, na ausência de atitudes fortes, enérgicas, através de sanções que, certamente, se tomadas, estrangulariam o poder dos golpistas.

Cedeu aos latifundiários, cedeu às multinacionais do agronegócio, adotou a posição hipócrita de acreditar que eleições presidenciais em abril poderão fazer com que a democracia retorne ao Paraguai e a reação brasileira ao golpe não passou de um buscapé sem rumo, sem norte, tornando o Brasil cúmplice da ação.

A presença do senador Álvaro Dias, do Paraná, irmão do Ex Senador Estado, Osmar Dias, (vice-Presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas, no Banco do Brasil. Quando era senador foi um dos cabeças da bancada ruralista.)e os interesses paraguaios – latifundiários – junto àquele Estado e ao porto de Paranaguá, desmoralizam a diplomacia brasileira, mostram a fraqueza do governo Dilma diante de situações graves como essa e agora, a carta pública da conselheira Marilene Sguarizi, defendendo-se de acusações de participação explícita do Conselho de Imigrantes Brasileiros no Paraguai, comprovam esse poder paralelo.
Como reiteradas vezes tem dito o jornalista e imigrante Rui Martins, de presença ativa e no exercício de cargo relevante dos imigrantes brasileiros em todo o mundo, foi um golpe brasileiro, a partir de latifundiários, com a cumplicidade da diplomacia, sendo pífia e lastimável a atuação do chanceler Antônio Patriota, aliás, fraca em todos os sentidos e direções, figura menor que o cargo que ocupa (a RIO + 20 foi outro exemplo deplorável de um chanceler inexpressivo).

Fica nítida, em todo o processo, a incapacidade do governo brasileiro de tratar problemas dessa ordem, com repercussão negativa em todo o País e em toda a América do Sul, debilitando nossa posição no continente político, aceitando, inclusive, o jogo da grande potência mundial, os Estados Unidos, em nome de interesses inaceitáveis no plano externo e produto das concessões internas do governo a grupos comprometidos com multinacionais, potência estrangeira, fruto das alianças espúrias firmadas ao longo dos últimos anos.

Protestamos contra o golpe, protestamos contra a debilidade do governo Dilma Roussef, chega a ser cômica, não fosse vergonhosa, a carta da conselheira Marilene Sguarizi, em toda a nossa história jamais diplomatas brasileiros, como os que atuaram no curso do golpe paraguaio, nunca envergonharam tanto o Brasil, mostrando fraquezas e cumplicidade com um golpe de estado, num país como o nosso, que reconstrói a democracia a duras penas depois de anos de ditadura militar.

Nesse sentido cobramos do governo posições firmes, atitudes enérgicas, que vão além das alianças com Paulo Maluf e dos apoios de Kátia Abreu, que simbolizam a debilidade da presidente da República num processo político maior que as questões cotidianas de governo. Por sanções enérgicas contra o governo golpista do Paraguai.


- Pela suspensão das exportações paraguaias pelo porto de Paranaguá.

- Pelo fim da ocupação do Paraguai por latifundiários brasileiros.

- Pela integração latino-americana.

Subscrevemos
 - 
assinando os integrantes da MARCHA VIRTUAL CONTRA O GOLPE NO PARAGUAY -5.108 membros no dia 05 de Julho de 2012 as 18:30 hs Brasilia, 

      • Representados pelas assinaturas imediatas De:
         Drª Neusah Cerveira (economista, jornalista e pesquisadora) E: mail - 

        ninacerveirahh@hotmail.com - Cel: (84) 99817376 - CI: 1900-697 - SSP - RN. 

        Antonio Carlos da Silva Molina - RG 3138733-7 - jornalista 

        Natalia Forcat-Cartunista e ilustradora RNE: Y248864-0 São Paulo- SP

        ‎Cármen Sampaio Amendola RG 5.076.551-6 SSP/SP Professora

        Fernanda Maria Tardin Waichert Pinheiro Blogueira social /humanista RG 786709 SSPES- ES 

        Laerte Braga, jornalista, RG 645 636/SSP/MG
         Ana Teresa Marinho de Alencar Arraes - Assistente Social. Advogada. 2887959 SSP-PE

        Dimas Antonio Granado de Padua-Jornalista-RG:10445379-5-São Paulo-SP.
        Heloisa Helena Gomes Teixeira da Paz - RG 05917688-3 IFP/RJ

        Aline Castro Psicóloga, brasileira , criadora e coordenadora da RED POR TI AMÉRICA , RG: 04671046-3 IFP/RJ 

        Fátima Pacheco, jornalista diplomada MATR 6636, DRT 8293-RS. Coordenadora da Red por ti América Eje Sur, poeta, cronista e membro do coletivo Corresponsales del pueblo.





segunda-feira, junho 25, 2012

Golpe, jornalistas que não leem e outras coisas da mídia.


   - e dai pessoal, estive escutando essa coisa do golpe no Paraguai, alguns dizem que foi golpe e outros que não. Mas também escutei falarem que a constituição do Paraguai permite que a coisa seja resolvida em pouco tempo. (locutora da Band, com grande audiência entre jovens)
     - Pois é, (outro locutor da mesma rádio) é, a gente fica assim, nessa dúvida mas a Alemanha já reconheceu o novo governo do Paraguai.
     - ah, então é outra estória, a Alemanha é poderosa. ( Nessa fala eu troquei de estação suprimindo meu desejo de ligar para a band ou quebrar o rádio. Fui então para a FM cultura e lá tinha toda a diferença. Estava sendo apresentado a estação cultura com Lena Kurtz.(desculpe Lena se escrevi seu nome errado). Bem, em síntese, a coisa muda de figura, estavam entrevistando uma professora universitária com pleno conhecimento de causa e Lena se mostrou como assídua leitora da literatura latina americana.
     Na minha época de faculdade, além de cadeiras técnicas, tínhamos que estudar Antropologia, história, cultura, semiótica (uma esfera do conhecimento que revela como o indivíduo dá significado a tudo que o certa através de símbolos, signos e mensagens.) Tínhamos que ler muito, tomar conhecimento da realidade. Um bom jornalista é aquele que lê, que mergulha no contexto conjuntural, que sabe ver e prever as causas e porquês dos fatos jornalísticos estarem existindo naquela proporção. Outro detalhe muito importante e fundamental é checar as fontes. A Semana que passou saiu uma notícia divulgada em vários sites sobre uma aliança entre PSOL, DEM, PP e PSDB. Para qualquer conhecedor médio, essa informação seria no mínima impossível. Mas o pior é que esse fato foi divulgado em blogs de jornalista que é também professor universitário. Foi necessário uma série de desmentidos para que a verdade viesse a tona. Hoje, sem dúvida, a informação é a mercadoria mais valiosa do planeta, isso leva o mercado a difundir inverdades, a não prestar atenção ao que se fala em veículos de comunicação.  Essa locutora, citada no início da crônica, é amplamente ouvida por milhares de jovens, uma formadora de opinião que não tem ideia do que fala e nem um pouco preocupada em ler para saber o que dizer. Em uma época que estamos prontos a eliminar a restrição de colher informações de grandes jornais e grande mídia e com amplo acesso a blogs e opiniões, o cuidado com a veracidade dos fatos, saber ler, escrever e ter um mínimo de interpretação e senso crítico são aptidões necessárias para se fazer um bom jornalismo embora, infelizmente sempre existirá a imprensa marrom patrocinada e articulada através da VEJA, GLOBO e companhia.